O ministro das Comunicações, Frederico Siqueira, descartou a possibilidade de privatização dos Correios, mesmo com a crise de caixa que a estatal enfrenta. Em entrevista à ISTOÉ, Siqueira afirmou que a ideia nem chegou a ser cogitada e há um trabalho para buscar alternativas de receitas na empresa.
Em 2024, a empresa apresentou déficit de R$ 2,4 bilhões, muito acima dos R$ 634 milhões apresentados em 2023. Fora isso, ainda no ano passado, a empresa assumiu uma dívida de R$ 7 bilhões do Postalis, fundo de pensão da estatal.
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Siqueira lamentou a situação da estatal, mas reforçou o compromisso do governo federal com a estatal. De acordo com ele, estudos estão sendo feitos para aumentar a receita da companhia e evitar o colapso das contas nos próximos anos.
“Estamos estudando a realidade de lá para sugerir as alternativas, mas não existe essa possibilidade de privatização. A ideia é buscar novos projetos, novas receitas, novos contratos dentro do próprio governo, dentro das empresas que estão chegando para que a gente consiga estabilizar as receitas e resolver o déficit da companhia”, afirmou.
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Os Correios é um dos braços do Ministério das Comunicações, mas não tem gerência direta da pasta. Mesmo assim, Siqueira reforçou ter participado de reuniões para encontrar alternativas para pagar as dívidas adquiridas pela empresa.
Uma das opções colocadas em discussão é a venda de ativos, como imóveis e veículos, para alavancar a arrecadação da empresa. O processo foi iniciado com a venda de 66 imóveis da estatal, que prevê arrecadação de R$ 860 milhões.
“Estamos sugerindo novas fontes de receitas, como venda de ativos, pactuação de contratos justamente para poder elevar os valores recebidos e gerar caixa para a companhia passar esse período. Acreditamos que o problema será resolvido”, declarou o ministro.
“Veículos que estão fora de utilização, prédios que não estão sendo utilizados, enfim todo o parque deles que estão fora de utilização. Que não precise vender a própria companhia”, completou.