SÃO PAULO, 21 MAR (ANSA) – Por Lucas Rizzi – Margherita Mazzucco, nascida em 2004, virou uma das revelações da TV italiana ao dar vida a Elena Greco, personagem-narradora da tetralogia literária que elevou a misteriosa escritora Elena Ferrante ao estrelato.
A segunda temporada de “My Brilliant Friend”, produzida pela americana HBO e pela italiana Rai, estreou no Brasil em 16 de março e traz a versão televisiva de “A história do novo sobrenome”, segundo livro da saga.
Em entrevista à ANSA por email, Mazzucco diz que a nova temporada a fez se sentir “mais próxima” da personagem, que começa a tomar decisões importantes no fim da adolescência e no início da fase adulta, enquanto sua grande amiga, Lila Cerullo, submete sua personalidade inquieta a um casamento precoce para mudar de vida.
“Lenù faz escolhas corajosas e revolucionárias, considerando que uma mulher nos anos 1960, sobretudo no contexto social em que ela cresceu, não podia ambicionar uma educação adequada”, diz a atriz, que mantém o mesmo estilo discreto que caracteriza a personagem – seu perfil no Instagram é privado, e os detalhes de sua vida pessoal, incluindo o dia de nascimento, não chegam à mídia. Confiro abaixo a entrevista na íntegra: O que existe de Lenù em Margherita Mazzucco? Aquilo que me aproxima de Lenù é a capacidade de compreender o estado de ânimo dos outros, a disciplina e a determinação.
O que mudou em sua vida depois da série? Você consegue ter ainda uma vida normal? A minha vida depois da série não mudou muito. Às vezes me reconhecem na rua e me pedem fotos, mas consigo ainda ter uma vida normal, vou para a escola, e as relações com as pessoas que estão próximas de mim me mantêm firme.
Você e Gaia Girace cresceram junto com as personagem, que entram na fase adulta na segunda temporada. Foi mais fácil fazer a Lenù da primeira temporada ou a da segunda? Foi mais simples interpretar a Lenù da segunda temporada porque a sinto mais próxima de mim, ela cresceu e começa a tomar decisões para ela e seu futuro.
Diferentemente de Lila, Lenù decide não se casar e vai à universidade para fugir da vida de privação e violência em seu bairro. Hoje se fala muito de feminismo e direitos das mulheres.
Na sua opinião, Lenù era feminista, mas sem sabê-lo? Lenù é, sem dúvidas, uma feminista. Faz escolhas corajosas e revolucionárias, considerando que uma mulher nos anos 1960, sobretudo no contexto social em que ela cresceu, não podia ambicionar uma educação adequada e, portanto, uma vida digna.
O que se pode aprender com a amizade de Lila e Lenù? Apesar da grande diferença de personalidade, nenhuma julga a outra e, ao longo do tempo, uma estará sempre ali para confortar a outra.
Como foi a experiência de subir no palco do Teatro Ariston para o último Festival de Sanremo? Foi muito emocionante. Eu estava agitadíssima porque era uma transmissão ao vivo (situação à qual não estou habituada), mas, felizmente, me deixaram confortável. Além disso, foi divertido colocar uma roupa de gala que normalmente eu não usaria para sair com amigos. (ANSA)