27/01/2023 - 9:20
O desabafo de Giovanna Ewbank sobre o diagnóstico de Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) do filho Bless, de 8 anos, fez emergir dúvidas sobre o que é transtorno e o que é síndrome?
Por isso, ouvimos Taty Ades, psicanalista pós-graduada em Neuropsicologia e especialista em Transtornos, para explicar as diferenças.
“Enquanto a doença tem causa definida e conhecida, a síndrome revela uma condição quase sempre sem causas diagnosticadas, ou seja, desconhecidas. Transtorno é um estado ‘modificado’ e alterado da saúde e nem sempre está relacionado a alguma doença. Na maioria dos casos, está associado à saúde mental, já que a maior incidência de casos envolve a área do cérebro”, começa.
De acordo com Ades, é possível listar uma média de 12 mil síndromes diferentes. Elas geralmente levam o nome do médico que a descobriu.
“Por exemplo, uma síndrome muito conhecida é a Síndrome de Down, que envolve a presença tripla do cromossomo 21. E, nela, temos diversas outras doenças genéticas associadas, como anemia falciforme, diabetes, câncer, daltonismo, entre outras”, lista.
Já dentro do campo da saúde mental, um transtorno seria uma perturbação da ordem mental devido a uma falha na parte frontal do cérebro.
São alguns exemplos de transtornos: o TOC, Transtorno Obsessivo Compulsivo; o TODA, Transtorno de Déficit de Atenção; o TB, Transtorno de Bipolaridade; a depressão, o TA que é o Transtorno de Ansiedade, entre outros.
A psicanalista ainda detalha que o caso do pequeno Bless é complexo. “A Síndrome Sensorial ou Transtorno de Processamento Sensorial (TPS) envolve tanto questões cerebrais como no sistema nervoso da pessoa, que faz com que a mesma tenha dificuldades no processamento dos estímulos do ambiente. Nesse quadro, a criança pode apresentar alterações nos aspectos sensoriais, como, por exemplo, dificuldade na fala, paladar seletivo, apresentar grande desorganização e distração, intolerância a algumas roupas e texturas, dentre outros comportamentos. É preciso avaliar cada caso individualmente para acompanhar sua evolução e indicar o tratamento”, finaliza.