Recentemente, em suas redes sociais, a atriz Larissa Manoela divulgou ter sido diagnosticada com Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) — condição que acomete cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva, segundo estudos. Em 2021, a artista também revelou sofrer com endometriose.
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“Não é fácil ser mulher. O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada”, escreveu Larissa Manoela em seu Twitter. E apesar de ser comum, a condição ainda é desconhecida por muitas mulheres, que podem sofrer com seus sintomas sem saber do que se trata.
Ontem através de um ultrassom detalhado eu descobri que além de endometriose eu tenho também ovário policístico. Não é fácil ser mulher. O diagnóstico positivo assusta e confesso dar uma desestabilizada. Mas tô certa de que vou encontrar o melhor tratamento pra ambas as doenças!
— Larissa Manoela ✨ (@larimanoela) September 20, 2022
O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?
A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma alteração hormonal frequente em mulheres durante o período reprodutivo — que vai da primeira menstruação a menopausa.
A SOP é uma doença multifatorial, sem causa única. “Sabe-se que ela pode estar relacionada a muitos fatores diferentes, que incluem resistência à insulina e aumento dos níveis de hormônios androgênicos”, relata Paulo Noronha, médico obstetra e sócio da Clínica Espaço Mãe, em São Paulo.
Segundo Cristina Laguna Benetti Pinto, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os sintomas de SOP incluem três sinais clássicos:
- Irregularidade menstrual, que se manifesta como ciclos menstruais longos ou grandes períodos sem menstruar;
- Acne severa e hirsutismo (excesso de pelos no rosto, peito, abdômen e/ou coxas) — ambos diagnosticados clinicamente — ou alteração nos hormônios androgênicos — diagnosticada laboratorialmente;
- Ovários aumentados de tamanho com vários pequenos cistos, semelhantes a um “colar de pérolas”.
Além disso, os especialistas citam, como outras manifestações costumeiras da condição, dificuldade para engravidar, obesidade, risco de diabetes e doenças cardiovasculares, aumento do colesterol, alterações no sono e pele oleosa ou manchas escurecidas na pele.
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Diagnóstico
Uma mulher deve ter ao menos dois dos três principais sintomas de SOP para ser diagnosticada com a condição. “Não basta ter um ultrassom mostrando o ovário grande com ‘cistinhos’ pequenos para falar que é SOP”, alerta Cristina, reiterando a importância de um diagnóstico preciso.
Nesse sentido, é preciso eliminar, ainda, outras possíveis causas de irregularidade menstrual que não a SOP. Dentre elas, a especialista cita que devem ser excluídas as alterações em glândulas adrenais, na tireoide e em níveis de prolactina (hormônio relacionado à amamentação) no organismo.
Tratamento
Por se tratar de uma condição que não tem cura, o tratamento da SOP está relacionado às suas manifestações incômodas e prejudiciais à saúde.
Uma das formas de tratamento é a utilização de pílulas anticoncepcionais combinadas, que ajudam no controle do ciclo menstrual irregular e podem reduzir a acne e o hirsutismo. Para mulheres que desejam engravidar, entretanto, Cristina destaca que podem ser feitos tratamentos para induzir a ovulação. Quanto ao controle das demais manifestações, cabe a um médico determinar outros tratamentos e medicamentos que possam suprir a ausência da pílula.
De acordo com Paulo, exercícios físicos e uma alimentação balanceada são essenciais para pacientes com SOP, a fim de diminuir os riscos de obesidade e ajudar o organismo a responder melhor à insulina. Dessa forma, melhora-se a ovulação — bem como a fertilidade — e os níveis de hormônios androgênicos são reduzidos.
Além disso, os especialistas relatam que medicamentos para alguns tipos de diabetes, que ajudam a controlar a resistência à insulina, podem ser usados no tratamento.
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Síndrome dos Ovários Policísticos e endometriose: quando as duas condições coexistem
Assim como acontece com Larissa Manoela, é possível que uma pessoa sofra de SOP e endometriose ao mesmo tempo. Nesses casos, Cristina relata que o tratamento é feito com base nas manifestações das duas doenças. “Dependendo do grau e da gravidade da endometriose, por vezes, temos que usar algumas medicações que não as de primeira linha da SOP. Isso é escolhido individualmente”, explica.
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No entanto, a especialista ressalta que ambas as condições não possuem cura e devem ser tratadas até, pelo menos, a chegada da menopausa, à medida que manifestações surgem.
Para a ginecologista, é importante destacar que as duas condições requerem um diagnóstico preciso e o acompanhamento deve ser personalizado ao longo de toda a vida. “Os tratamentos devem ser individualizados, de acordo com as manifestações e com o desejo, por exemplo, reprodutivo ou não reprodutivo, que cada mulher possa apresentar”, finaliza.
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