Você provavelmente já ouviu falar na síndrome do impostor e em como ela pode te atrasar. Seja na carreira, na vida acadêmica ou na percepção de seu próprio valor, a condição pode ser devastadora não apenas para a saúde mental, mas, surpreendentemente, para suas finanças

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Se você nunca ouviu falar no termo, a psicóloga Jo Gee explica: “A síndrome do impostor é uma mentalidade comum pela qual acreditamos ser menos competentes do que os outros nos percebem.” Isso significa que você acredita não merecer estar onde está agora.

De acordo com Jo, a condição “muitas vezes resulta em sintomas de esgotamento por excesso de trabalho, sentimentos de inadequação e autocrítica, falta de satisfação no trabalho e medo de pedir ajuda.” Isso pode afetar, inclusive, sua vida financeira, fazendo com que você perca dinheiro. Entenda com informações da “Refinery29”.

Como a síndrome do impostor pode prejudicar suas finanças

como a síndrome do impostor afeta suas finanças
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Evitar aumentos e promoções

“Pedir um aumento salarial é uma conversa complicada com a qual muitos não se sentem confortáveis, ​​e a síndrome do impostor pode tornar isso ainda mais difícil”, explica a especialista financeira Alina Jaffer.

Diante da economia atual, talvez você se sinta grata apenas por ter um emprego, e a pressão de pedir um aumento pode fazer com que você prefira continuar ganhando menos do que deveria.

No entanto, lembre-se que você tem todo o direito de abordar o assunto. “Esteja preparada com motivos pelos quais você acredita merecer esse reconhecimento e, como Alina aconselha, “tente não deixar que nenhum sentimento de inadequação a impeça de ter essas conversas difíceis que precisam ser tidas”.

Síndrome de FoMO

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De acordo com Alina, a síndrome do impostor pode fazer com que você sinta a necessidade de compensar frustrações em ambientes sociais. Ela explica que quem sofre com a condição pode experimentar a síndrome de FoMO (fear of missing out, ou “medo de perder”) com mais regularidade, sendo estimulada a gastar dinheiro desnecessariamente para simular um tempo de qualidade em eventos que talvez não deseje ir.

Por isso, a sugestão de Jo é comparecer a um número limitado de eventos sociais: “Usar escalas Likert, com as quais classificamos nosso entusiasmo por um evento social de 1 a 10, pode ajudar a banir o FoMO e nos guiar para o que realmente queremos nos envolver”.

Comprar todas as tendências

Ao não conseguir internalizar seus sucessos, é possível que você recorra à aparência física para se sentir mais confiante. Por isso, é provável que você gaste “rios de dinheiro” com roupas, acessórios, procedimentos estéticos e outros itens pouco úteis.

Trabalhar em excesso

“A síndrome do impostor pode resultar em indivíduos que se esforçam para atingir padrões impossíveis”, alerta Alina. Nesse sentido, quem sofre com a condição pode aceitar condições e horários de trabalho pouco saudáveis, aproximando-se do Burnout.

“Essa imensa pressão pode levar ao esgotamento e, consequentemente, você pode acabar estagnando ainda mais sua progressão na carreira e potencialmente perdendo um aumento salarial”, analisa a especialista.

Por isso, tenha em mente que a produtividade é importante, mas sua saúde mental deve permanecer como prioridade.

Evitar aconselhamento financeiro

Talvez você acredite não estar mentalmente preparada para lidar com assuntos sérios, e prefira evitá-los. No entanto, se você não estiver à par de sua vida financeira, pode perder oportunidades de investimentos e maneiras de multiplicar suas finanças.

“Embora seja difícil quantificar quanto dinheiro você pode estar perdendo, evitar aconselhamento financeiro acabará por ter um impacto negativo em suas finanças”, observa Alina.

Ficar na zona de conforto

Duvidar de sua própria capacidade pode fazer com que você deixe seus planos e sonhos pela metade — ou desista completamente deles.

“A síndrome do impostor pode impedir as pessoas de iniciarem seus próprios negócios, pois os sentimentos de inadequação podem desencadear nosso mecanismo de congelamento, levando à procrastinação e minimização de habilidades”, exemplifica Jo, finalizando.