13/04/2022 - 7:51
Quase metade de todos os acidentes de trabalho ocorridos nos armazéns dos Estados Unidos em 2021 ocorreram na Amazon, embora a gigante do comércio on-line empregue apenas um terço desses assalariados – informa um relatório divulgado na terça-feira (12) por uma coalizão de sindicatos.
De acordo com o Strategic Organizing Center (SOC), os trabalhadores dos centros logísticos da Amazon sofreram mais de 34.000 “lesões graves” em seu local de trabalho no ano passado: uma taxa duas vezes maior do que a dos armazéns americanos que não pertencem ao grupo de Seattle.
“Depois de ter flexibilizado alguns métodos disciplinares durante os primeiros meses da pandemia da covid-19, a Amazon restabeleceu no final de 2020 seus sistemas de controle e pressão para produzir, e a taxa de feridos aumentando consideravelmente ao mesmo tempo”, denunciou o SOC.
A coalizão disse ter-se baseado em dados entregues pela Amazon à OSHA, a agência federal encarregada da prevenção de acidentes do trabalho. O grupo não respondeu imediatamente a uma consulta da AFP.
A Amazon se expandiu durante a pandemia da covid-19. Segundo o relatório, a empresa passou de cerca de 700 locais nos Estados Unidos, em 2020, para mais de 900, em 2021, e de mais de 200.000 funcionários em 2017, para mais de 560.000 em 2021.
Em junho de 2021, a Amazon revisou as condições de trabalho nos EUA, ampliando as pausas para seus funcionários encarregados de preparar os pacotes, despachá-los e distribuí-los.
A decisão foi tomada após outro devastador relatório do SOC e de uma tentativa fracassada de criação de sindicato em um armazém da empresa no estado do Alabama. Ambas as situações expuseram condições de trabalho consideradas infernais por muitos funcionários.
Apesar disso, “a taxa de lesões nos armazéns da Amazon cresceu 20% entre 2020 e 2021”, destacou o SOC.
No final de março, os funcionários do local chamado JFK8, em Nova York, votaram esmagadoramente pela formação de um sindicato, pela primeira vez, em um armazém americano da Amazon.