A ASSIBGE-SN (Associação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE) se manifestou na quarta-feira, 7, sobre a nova versão do mapa-múndi lançado pelo próprio instituto.
Por meio de uma publicação nas redes sociais, a associação disse que a iniciativa, em vez de informar e representar a realidade, está distorcendo os fatos ao criar uma “encenação simbólica que compromete a credibilidade construída pelo IBGE ao longo de décadas de trabalho sério, imparcial e respeitado globalmente”.
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Ainda segundo a ASSIBGE-SN, o País enfrenta problemas sociais, como desigualdade estrutural, carência educacional, insegurança, perda de competitividade e essas questões não podem ser sanadas com “ilusões gráficas”.
Em outro tópico, o grupo criticou a atual gestão do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por “em vez de proteger a função pública do Instituto, tem insistido em empurrá-lo para o campo da imagem, da alegoria, da ação promocional”.
A manifestação foi publicada pelo Núcleo Chile da Associação, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
Relembre o caso
Em 2024, o IBGE divulgou um novo Atlas Geográfico Escolar em que o Brasil aparece no centro do mapa-múndi. A representação ainda tinha uma marcação dos países do G-20 (grupo das maiores economias) e das nações que têm relação diplomática com o Brasil.
Embora coloque o Brasil no centro – e não Europa e África, como nas representações mais recorrentes -, o mapa do IBGE mantém as coordenadas geográficas fixadas em 1884.
No site, o IBGE informou que a inovação se alinhava com a atual presidência brasileira do G-20. “A emergência do Sul Global acompanha o reposicionamento do Brasil no mapa-múndi”, afirmou o presidente do IBGE, Márcio Pochmann.
Ele acrescentou que a prevalência do chamado Norte Global nas representações cartográficas expressam “o projeto eurocentrista de modernidade Ocidental”. Nas redes sociais, parte dos internautas criticou o novo atlas e as justificativas. Outra parcela diz que mapas semelhantes são feitos por outros países.