A ideia de exigir a volta de alunos e professores não é bem-vista pelo sindicato dos professores, mas agrada a especialistas e às escolas particulares.

O presidente da Associação Brasileira de Escolas Particulares (Abepar), Artur Fonseca, afirma que a ciência e a saúde devem dizer como voltar às aulas com segurança, mas jamais discutir se devemos retornar. “Apenas durante o impedimento nós poderíamos pensar em educação não presencial. Para as crianças menores e especialmente para as pessoas mais vulneráveis a escola é um instrumento de avanço social. Todos os mais vulneráveis dependem da educação presencial. O secretário não está inventando nada. Estamos repetindo aquilo que aconteceu em todo o mundo civilizado”, defende.

A professora Nina Ranieri, coordenadora da Cátedra Unesco de direito à educação da USP, destaca que a decisão se faz em benefício do melhor interesse da criança e do adolescente, direitos previstos por documentos internacionais e artigos da Constituição. “A essa altura da pandemia já temos mais informações sobre transmissão, tratamento e o que devemos fazer. Está mais do que comprovado que a volta às aulas é melhor do que o isolamento”, diz.

Crítica

“É muito irresponsável a volta às aulas presenciais, sobretudo no contexto da escola pública. Não temos uma estrutura nas escolas. Não podemos fazer o distanciamento, em muitos locais as salas foram improvisadas. Temos até bibliotecas que viraram salas de aula. Não tem arejamento, claridade, não temos sequer espaços abertos para dar aula ao ar livre”, explica Maria Izabel, presidente da Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual.

Ela diz não entender o posicionamento do secretário, que chegou a falar sobre a possibilidade de responsabilizar o pai que não levar o filho para a escola. “Se a ciência já desenvolveu uma resposta com vacinas, por qual motivo ele não coloca os professores na primeira fase do plano de vacinação?”, indaga Maria Izabel. “A escola é um ambiente de aglomeração. Agora seria a oportunidade do secretário dizer que está em defesa da vida dos professores, funcionários e toda a equipe de educação. Isso não chega a 400 mil. Esse número não vai interferir em nada. A nossa situação é preocupante e eu estou defendendo categoria essencial.”

De acordo com Rossieli, “precisamos entender que há uma hierarquia na necessidade da vacina porque temos poucas”. Na sua opinião, o ideal é começar a proteger os idosos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.