O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recebeu, nesta quarta-feira (24), o apoio do principal sindicato automobilístico dos Estados Unidos, um respaldo para o democrata do crucial voto operário para as eleições presidenciais de novembro.

“É preciso conquistar nosso apoio. Joe Biden o conquistou”, disse o número um do United Auto Workers (UAW), Shawn Fain, a uma multidão reunida em Washington, antes de Biden subir ao palanque.

Donald Trump, que se perfila como o possível rival de Biden nas presidenciais, quer “prejudicar a classe trabalhadora americana”, afirmou Fain.

Os membros do sindicato vaiaram quando o nome de Trump foi mencionado e gritaram “Joe!” quando Fain perguntou quem eles queriam como presidente após a eleição de novembro.

“Estou do seu lado e vocês estão do meu lado”, disse Biden à multidão.

Mas seu discurso foi interrompido brevemente pelo segundo dia consecutivo quando um pequeno grupo de manifestantes contra a guerra de Israel em Gaza começou a gritar, antes de serem retirados por seguranças.

Do lado de fora, diversos manifestantes pró-palestinos também gritaram lemas, acusando Biden de “genocídio”.

Em dezembro, o UAW pediu um cessar-fogo em Gaza, tornando-se o maior sindicato americano a tomar tal atitude, colocando-o em um campo oposto a Biden, que tem apoiado fortemente Israel desde os ataques do movimento islamista palestino Hamas de 7 de outubro.

O apoio do sindicato chega em um momento significativo para Biden, que se centra em uma possível revanche com Trump, depois que o ex-presidente praticamente assegurou a indicação republicana nas primárias de New Hampshire na terça-feira.

Ganhar o voto operário foi crucial para a vitória eleitoral de Trump em 2016 e para a de Biden em 2020, e se dá por garantido que voltará a ser em novembro.

De megafone na mão, Biden se tornou no ano passado o primeiro presidente americano em exercício a visitar um piquete, quando apoiou Fain em Michigan, em plena greve dos trabalhadores que exigiam melhores condições salariais.

O democrata, partidário de longa data dos sindicatos, pressionou os fabricantes de automóveis Ford, General Motors e Stellantis para que oferecessem aos sindicatos um acordo melhor acordo e, desta forma, pudessem pôr fim à greve.

A mobilização se traduziu em aumentos salariais maiores aos oferecidos pelas marcas.

“Este novembro podemos nos levantar e escolher alguém que esteja conosco e apoie a nossa causa. Ou podemos eleger alguém que nos dividirá e se colocará contra nós”, disse Shawn Fain.

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