O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que “o sindicalismo vive um estágio muito triste” atualmente e que as mobilizações registradas em sua época de dirigente sindical não existem mais. “Isso acabou outra vez. O sindicalismo vive um estágio muito triste”, afirmou.
Lula foi dirigente sindical na década de 1970 e foi um dos fundadores do PT em 1980. A fala foi em discurso durante a abertura da Caravana Federativa em Belo Horizonte, Minas Gerais. O evento foi realizado pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência.
“Na política, quando fui à Câmara em 1975 para tentar convencer a não votar uma lei proibindo bancários, professores e frentistas de postos de gasolina de fazer greve, descobri que não tinha trabalhadores no Congresso Nacional. Sem trabalhadores, como queria que Congresso aprovasse uma lei de interesse dos trabalhadores”, declarou o presidente, em seguida.
Lula voltou a falar sobre a importância de dar visibilidade às políticas de redução de desigualdades. Defendeu que as pessoas fiquem indignadas com condições de vida tão diferentes por causa de questões econômicas e sociais.
“Quando cheguei no governo, percebi que os pobres são tratados como se fosse invisíveis. Quando você elabora o Orçamento, os pobres não aparecem, porque já tem estrutura formada. Quem não está, não entra. Temos que começar a mudar alguns padrões”, declarou.
“O que falta no mundo é as pessoas conquistarem outra vez o direito de indignação. Temos de nos indignar com o preconceito, a desigualdade. Não a desigualdade de gênero e de raça, é desigualdade na comida, no salário, na moradia, no transporte. É só desigualdade. Temos de ter a decência, enquanto democratas, de nos indignarmos e acharmos que não está correto”, afirmou.