Simone Biles tentará fazer história, Caeleb Dressel buscará suceder a lenda Michael Phelps, enquanto Mbappé já disse que quer seguir os passos de Neymar e buscar o ouro no futebol para a França: diversas estrelas do esporte mundial são esperadas em Tóquio, onde, daqui a seis meses, serão disputados os Jogos Olímpicos.

No judô, o francês Teddy Riner almeja um terceiro título olímpico, enquanto o tenista Roger Federer terá uma última oportunidade de conquistar uma medalha de ouro, único título que não tem no currículo.

. Biles, ‘A’ estrela

A ginasta Simone Biles não é só uma estrela, ela é ‘A’ estrela dos Jogos Olímpicos. Sua história de vida e sua luta contra o abuso sexual ajudaram a fazer com que sua aura ultrapassasse as fronteiras do esporte.

A campeã americana se tornou em 2019 a ginasta mais laureada da história a nível mundial (entre homens e mulheres) com 25 medalhas, 19 de ouro.

Sua hegemonia continuou após os Jogos do Rio-2016. Sua longevidade (23 anos em Tóquio) é excepcional na ginástica. Em Tóquio, onde poderá se despedir do esporte, Biles terá a oportunidade de atacar o recorde de 9 ouros em Olimpíadas da russa Larissa Latynia, nos anos 1950-1960. No momento, a americana tem quatro ouros.

. Dressel, o sucessor

Afirmar que Caeleb Dressel pode se tornar o novo Michael Phelps não é exagero. Aos 23 anos, o nadador americano, que só ganhou o ouro no revezamento em 2016, ainda está muito longe das incríveis 23 medalhas olímpicas de Phelps, mas, no ritmo em que nadou nos últimos Mundiais de natação (13 ouros), Dressel poderá se aproximar dos recordes da lenda das piscinas em Tóquio.

. Coleman, sob suspeita

O americano Christian Coleman, jovem (23 anos), rápido, recordista dos 60 m, venceu como era esperado o Mundial de atletismo de Doha-2019 na distância rainha dos 100 m (9.76 seg). Mas sua coroa mundial está sob suspeita: em setembro, Coleman foi investigado pela agência antidoping americana (Usada) por faltar a três controles de doping em um ano.

A investigação foi suspensa devido a um erro da Usada, mas a reputação do tímido e sorridente velocista ficou manchada, ao contrário de Noah Lyles, novo rei dos 200 m, que segue os passos da lenda Usain Bolt no quesito carisma. Espera-se que Lyles (22 anos) dispute os 100 m em Tóquio, o que promete um duelo estelar entre os americanos.

. A lenda Riner

Se tornar o primeiro peso pesado tricampeão olímpico da história do judô, ainda mais no país de origem do esporte, é a grande obsessão do francês Teddy Riner (30 anos). Os números falam por si só: ele é o maior campeão mundial da história (10 títulos) e não perde ha mais de nove anos (setembro de 2010), tendo vencido as últimas 152 lutas que fez.

Riner, porém, vem tendo aparições cada vez mais raras nos tatamis, já que não disputa um Mundial desde 2017 e só competiu em dois torneios desde o meio do ano passado. Para ter um chaveamento mais favorável em Tóquio, o francês precisará de mais algumas vitórias até lá.

. Mbappé como Neymar

Em Tóquio, o futebol espera contar com uma de suas mais novas estrelas, o francês Kylian Mbappé, após Neymar brilhar no Rio-2016 com o Brasil. Aos 21 anos, o campeão do mundo com a França em 2018 já afirmou ter esse sonho.

O problema é que a final da Eurocopa-2020 está agendada para 12 dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos, enquanto o clube de Mbappé, o PSG, recomeça sua temporada no início de agosto. São muitos obstáculos para o jovem jogador. Leonardo, diretor esportivo do PSG, já afirmou que a participação do atacante em Tóquio não pode passar por cima de sua saúde e dos interesses do clube.

. Federer, a última chance

Roger Federer, o homem dos 20 títulos de Grand Slam, segue correndo atrás do único título que não conquistou na ilustre carreira: o ouro olímpico em simples (ele conquistou o ouro em duplas em 2008 ao lado de Stan Wawrinka).

Ausente por lesão dos Jogos do Rio-2016, derrotado na final em 2012, o suíço, que fará 39 anos em 8 de agosto, na véspera da cerimônia de encerramento, terá em Tóquio uma última chance de brilhar.

. Uchimura, a dúvida

Ele foi o maior ginasta da década entre homens: campeão do mundo na prova do individual geral seis vezes entre 2009 e 2015, campeão olímpico em 2012 e 2016, o japonês Kohei Uchimura dominou plenamente sua modalidade.

Mas, aos 31 anos, a presença de Uchimura nos Jogos Olímpicos em sua ‘casa’ virou dúvida. Lesionado durante o Mundial de 2017, o ginasta tem visto seu rendimento cair nos últimos anos e sua presença em Tóquio-2020 dependerá da seletiva japonesa, em abril.