A preocupação das campanhas com o público feminino está evidente, tanto nos argumentos como na escolha das chapas, começando pelo percentual de indecisas na pesquisa espontânea, maior que o de homens na mesma situação. Estima-se que quase metade das mulheres não escolheu um candidato a presidente em 2018 e é nesse percentual que os candidatos estão mirando e aí vale de tudo.

Dados relativos a eleições passadas mostram aumento do peso do voto feminino. Em 2002, as mulheres respondiam por um contingente de 58,6 milhões, 51% do universo apto ao voto; os homens eram 56,4 milhões (49% do total). Quatro anos depois, esses índices subiram para 51,5% (mulheres) e 48,5% (homens).

Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral divulgou o mapa do eleitorado. As mulheres ampliam presença e já são 53% do total. Homens representam 47%. Em números, o eleitorado feminino supera em 8,5 milhões o masculino. A proporção feminina cresce. Em março, as mulheres possuíam 78 milhões de títulos; homens, 69,8 milhões. Entre os grupos a quem o voto é facultativo, isto é, pessoas com 16 e 17 anos, e as acima dos 70, a discrepância é ainda maior: mulheres são 56%; homens, 44% do eleitorado.

Não dá mais para negar a importância do voto feminino; nas eleições atuais, quem tem o poder são aquelas que só ‘nascem fruto de uma fraquejada’, que são declaradas ‘fornecedoras’ entre os homens ‘consumidores’, que só não são estupradas porque são feias, que são consideradas incompetentes, burras e que porque engravidam devem ganhar menos que os homens. E que vão sendo trocadas por outras mais jovens à medida que envelhecem ou porque não são recatadas e princesas.

Nós, que somos a maioria da população brasileira e do eleitorado, não estamos escolhendo apenas nossos representantes na política, mas, como isso vai impactar a nossa vida e da sociedade. O acesso a um bom emprego, os preços do mercado, a segurança, os problemas ambientais e os cuidados com a casa, com a saúde da família e com a educação das crianças estão diretamente conectados.

Por que mulher avalia o todo e precisa usar isso em seu benefício ao fazer a escolha do mandatário do País, aquele que vai cuidar dos nossos direitos pelos próximos quatro anos. Não sou analista política, mas o cenário político atual tem me doído na carne, excesso de franqueza e um tom carregado de grosseria não se justificam em um chefe de estado. Mulheres, LGBTQIA+, negros, deficientes físicos, neurotípicos, indígenas e jovens têm os mesmos direitos e deveres, são cidadãos e os governantes têm que olhar para seus direitos, independente do credo, raça e gênero. O estado laico é de direito e precisa ser preservado! Todos somos cidadãos, isso é fato e precisa ser respeitado!