O apresentador e empresário Silvio Santos morreu nesta sábado, 17,  aos 93 anos, em São Paulo, em decorrência de broncopneumonia após infecção por Influenza (H1N1).

Senor Abravanel nasceu no bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, filho de judeus sefarditas que chegaram ao Brasil em 1924. O apresentador deixou a esposa, Íris Abravanel, com quem esteve casado desde 1978, e as filhas Cíntia, Silvia, Daniela, Patrícia, Rebeca e Renata.

Presença marcante na televisão brasileira, especialmente com o Programa Silvio Santos, que apresentou desde a estreia, em 1963, até o fim da vida, Santos foi um típico self-made man, começando sua vida profissional como camelô, ainda adolescente. Também criou um bar na barca Rio-Niterói, onde vendia anúncios por meio de um auto-falante, e atuou como locutor comercial da Rádio Nacional.

Com talento visível para o entretenimento e os negócios, no início da década de 1960 ele apresentava seu primeiro programa televisivo, o “Vamos brincar de forca”, da TV Paulista. Passou pela Globo (que comprara a TV Paulista) e pela extinta Rede Tupi até conseguir sua própria emissora, o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), onde se firmou como apresentador. O SBT faz parte do Grupo Silvio Santos, um conglomerado de mais de 34 empresas que inclui a Liderança Capitalização (administradora do título Tele Sena), a marca de cosméticos Jequiti e a TV Alphaville.

Obstinado e criativo, Santos não desistiu até ter uma emissora para chamar de sua, como contou à revista Veja, em abril de 1971. “Hoje, eu tenho um único interesse: comprar as concessões dos canais 2 e 9, cassados pelo governo no ano passado. Meu objetivo é ter uma emissora, e vou ter. Comecei minha carreira como locutor, como um soldado, e gostaria de terminar como um marechal. Só no dia que eu tiver uma emissora de TV me sentirei realizado. Se perder algum dinheiro nisso, não faz mal.”

Seguindo esse caminho, em 1973 pediu para ficar com as autorizações que antes pertenciam à extinta TV Excelsior, mas o pedido foi rejeitado pelos militares, que à época governavam o país. Incansável, anos mais tarde, em 1975, Silvio Santos conseguiu a sonhada concessão do canal 11 (TVS), do Rio de Janeiro, como relatado no livro “Silvio Santos: a biografia”, de 2017, de autoria de Marcia Batista e Anna Medeiros.

Irreverente, criativo e bem-humorado, Santos criou um estilo único de apresentar programas de entretenimento na televisão. O sucesso trouxe retorno financeiro: seu patrimônio líquido foi estimado em 1,3 bilhão de dólares, em 2013 e colocou Silvio Santos como destaque entre os bilionários da revista Forbes. Conseguiu “terminar como um marechal”, como queria.

A IstoÉ se despede do apresentador com uma singela homenagem. Obrigado, Silvio.