Silvinei Vasques deixou o Brasil com cachorro e em um carro alugado

Ex-diretor da PRF foi preso na madrugada desta sexta-feira tentando embarcar para El Salvador; Vasques foi condenado a 24 anos de prisão na trama golpista

Silvinei Vasques
Silvinei Vasques e seu cachorro em imagem de arquivo Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques deixou o Brasil em um carro alugado e levou seu cachorro, da raça pitbull, junto. A informação foi enviada pela Polícia Federal ao Supremo Tribunal Federal e embasou o pedido de prisão preventiva do ex-chefe da PRF. Ele foi preso na madrugada desta sexta-feira, 26, no aeroporto de Assunção, no Paraguai.

De acordo com a PF, Silvinei começou a preparar a fuga na noite do dia 24 de dezembro. Ele alugou um carro hatch e voltou para casa para dar andamento ao plano. Às 19h06, começou a colocar mochilas no porta-malas do carro. Na sequência, colocou tapetes higiênicos e ração no banco de trás do veículo. Em seguida, embarcou seu cachorro e seguiu rumo ao Paraguai.

“Foi possível identificar que SILVINEI VASQUES estaria utilizando o VW/Polo Prata. Dessa forma, pode-se afirmar que o Réu esteve no local pelo menos até as 19h22min do dia 24/12/2025, quando não foi mais visto entrando ou saindo de carro”, afirmou a PF.

“Pela sequência de imagens, às 19h06 aproximadamente ele colocou bolsas no porta-malas do carro (não eram malas); novamente, aproximadamente às 19h14min colocou mais coisas no banco de trás (inclusive ração e muitos sacos de tapete higiênico para cães), pelo lado do passageiro; e, aproximadamente às 19h22min, foi para o carro carregando potes comedouros (para ração) e conduzindo um cachorro (aparentando ser da raça pitbull), e saiu”, concluiu.

Silvinei Vasques foi preso nesta sexta-feira, 26, no Paraguai após tentar embarcar em um voo para El Salvador. Ele foi abordado pelas autoridades paraguaias quando tentava deixar o Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi portando um passaporte falso. O ex-chefe da PRF passará por uma audiência de custódia antes de ser entregue para os agentes da PF.

De acordo com a PF, Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica em Santa Catarina, onde mora, e seguiu para o Paraguai de carro. O rompimento do equipamento fez soar os alarmes na central de monitoramento e a PF logo acionou as bases fronteiriças para evitar a fuga dele. A Polícia Federal informou que o apartamento de Silvinei estava trancado e não era possível saber se a tornozeleira estava ou não no imóvel.

“Primeiramente, foi informado que a Polícia Penal do Estado de Santa Catarina esteve no local, aproximadamente às 20h09min, onde permaneceu até as 20h25min. Foram até o apartamento do réu, mas ninguém atendeu. Também foram até a vaga de garagem e a encontraram vazia. A equipe de policiais federais repetiu o procedimento e chegou aos mesmos resultados, diz o documento.

Silvinei Vasques foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão por participação na trama golpista. A condenação foi chancelada na última semana pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele, no entanto, aguardava a análise dos recursos em liberdade. O ex-comandante da PRF chegou a ser preso em 2023, mas foi solto mediante o cumprimento de medidas cautelares.

Silvinei é acusado de organizar uma operação de blitz na PRF para áreas desfavoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O intuito era impedir que eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguissem votar no segundo turno das eleições de 2022. Ele já tinha sido condenado por improbidade administrativa pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) pelo mesmo motivo.

Vasques pediu a aposentadoria na corporação em 2022 e atuava como secretário na cidade de São José (SC). Ele pediu exoneração do cargo no dia 17 de dezembro, um dia após ser condenado pelo STF.