Silvinei nega operação para barrar voto em Lula e diz que estava em churrasco em SC no 8/1

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, negou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que tenha ordenado operações no dia de votação no segundo turno das eleições em 2022 para barrar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Silvinei Vasques é réu no processo por tentativa de golpe no STF.

“Não fiz nada de errado. Se trabalhei, foi para cumprir ordens do ministro da Justiça”, disse.

Ele apresentou números da atuação da PRF no dia da votação para atestar que não houve atuação com viés político para favorecer o então presidente Jair Bolsonaro. Segundo Vasques, o número de operações foi semelhante a outras ações da PRF. Ele disse que em 2022 foram abordados 324 ônibus no Nordeste. “Nós abordamos 28 mil pessoas. Não tem como interferir num universo de 150 milhões”, declarou.

Este ano, em janeiro, ainda de acordo com Vasques, a PRF teria abordado na mesma região 321 ônibus, quantidade similar ao ano da eleição presidencial.

O ex-diretor disse ainda que dos ônibus parados pelos policiais rodoviários federais apenas 13 ônibus foram recolhidos no dia 30 de outubro de 2022. “Ou estavam com problema mecânico ou não estavam em condições de circular. Em todos os casos foram chamados outros ônibus. Teve um caso no Pará que a viatura até escoltou os ônibus”, disse Vasques.

Ele contou ainda que não teve relação com os ataques no 8 de Janeiro e que estava em Santa Catarina naquela data. “Faço aniversário no dia 9 de janeiro. Estava em casa fazendo churrasquinho lá em casa com meus amigos”, disse.

No depoimento, afirmou que sua gestão na PRF não tinha interferência política. E afirmou que em dois governos não houve indicação de políticos para postos da corporação: na gestão Dilma Rousseff e no governo Bolsonaro.

“Não participei de organização. Fui cuidar da minha vida. Não sei de documento, não participei de nada”, disse sobre a acusação de tentativa de golpe.

Silvinei aproveitou o depoimento para relatar o que chamou de abusos de policiais envolvidos na apuração do seu caso. Disse que, mesmo com alerta médico de que precisava de imediata internação no dia da prisão, foi levado à detenção.

“Foi muita maldade me levar para Brasilia. Eu moro a 5 minutos da Polícia Federal. Fizeram isso comigo porque tem uma briga entre a PRF e a Polícia Federal. Tinham raiva de mim porque eu incentivei parcerias com Ministério Público porque a gente apreendia arma e droga”, afirmou.