Show de talentos

Divulgação
DUPLA DINÂMICA Sigrit e Lars ao vivo no concurso europeu: representantes da Islândia Foto: Divulgação

Como ocorre em todos os filmes do ator Will Ferrell, o humor é a primeira coisa que chama atenção no musical “Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars”. A produção executiva de Savan Kotecha, autor de sucessos de artistas como Demi Lovato, Ariana Grande, Maroon 5, Katy Perry e Britney Spears, garante, porém, que esse trabalho tenha bem mais do que letras divertidas e personagens caricatos. Os hinos pop da trilha sonora são tão bons que caíram no gosto do público. Em entrevista à ISTOÉ, Savan Kotecha, de 42 anos, compositor americano de ascendência indiana, falou sobre o filme.

Apesar das letras divertidas, “Eurovision” tem grandes canções. Como você fez para levar a música a sério?
A melodia vem sempre em primeiro lugar. Quando você acerta, pode aplicar qualquer estilo de produção e até letras engraçadas que funcionam. O roteiro era tão bem escrito que foi fácil imaginar os cantores da ficção como pessoas reais.

Show de talentos

“Se a melodia é boa, a canção será um sucesso. Porque é assim que o público vai cantá-la: sozinho, no chuveiro” Savan Kotecha, compositor

O ápice do filme é a bela “Husavik (My Home Town)”. De onde veio tanta emoção?
Conheço bem o Eurovision porque passei a infância na Suécia e o programa já era popular. Eu, Fat Max e Rick Göransson (co-autores) imaginamos a motivação dos personagens. Enquanto Lars (Will Ferrell) sonhava com o sucesso, Sigrit (Rachel MacAdams) queria apenas ficar com ele em sua cidade natal. É comum ver gente que sonha alto, mas quando chega lá descobre que o importante são as bases de tudo, o amor e o lar. A música é sobre isso.

Como é o seu processo de composição?
Escrevo poucas canções e trabalho para que se tornem excelentes. Acho melhor do que escrever duas canções medianas por dia. Me cerco de parceiros talentosos. Ninguém é dono da canção, trabalhamos juntos para obter o melhor resultado. O sucesso compensa o esforço.

Qual é o instrumento que você usa para compor?
A voz. Começo com a melodia do refrão “a capella”, sem acompanhamento. Se a melodia é boa, será um sucesso porque é assim que o público vai cantar: no chuveiro, sem ninguém.

Qual é seu ritual na hora de compor?
Eu me abro para o universo. Sempre carrego o celular para gravar melodias que possam surgir. Quando vejo um filme, anoto palavras que podem virar um título. Quando trabalho
com um artista, faço anotações de nossas conversas para
usar na letra.

Como você escolhe os projetos?
Eu me pergunto se tenho algo a acrescentar ao artista. Gosto de ter uma boa relação pessoal, passar o projeto todo discutindo não me deixa feliz. É importante encontrar uma química porque as relações criativas são sempre muito sensíveis.