O passeio do presidente na Praia Grande, litoral sul de São Paulo, nesta quarta-feira, 30, foi mais um espetáculo do que governantes não deviam fazer. Até ditadores e autocratas correm pelo mundo para acelerar a vacinação. Não no Brasil.

O presidente freia, por omissão ou irresponsabilidade, a compra do imunizante no País. Além disso, resolveu passear na véspera do Ano Novo sem máscara e provocando aglomerações.

Mais uma vez fez pouco caso do isolamento social e das medidas restritivas, defendendo que apenas idosos sejam protegidos em casa — contra todas as orientações de especialistas e contra o próprio bom senso.

Sem contar que ele mesmo atraiu vários idosos sem máscara à sua volta. “Toca a vida”, disse. Ele aproveitou para dizer que desempregados e informais não terão mais auxílio emergencial a partir de janeiro.

Esse será o Ano Novo de Bolsonaro. É um péssimo presságio. O Brasil já ultrapassou novamente a média diária de mil óbitos, numa confirmação do que as autoridades sanitárias já alertavam: o começo de 2021 pode representar o pico da pandemia no Brasil.

Assim, Bolsonaro, que acaba de ganhar o título de maior patrocinador da corrupção em 2020 por uma entidade de jornalismo investigativo, também pode ganhar o troféu de pior gestor da saúde pública.