Nas últimas décadas a China tem dominado e absorvido grande parte das indústrias do mundo, e não foi diferente com o Brasil. A crescente presença dos produtos chineses não só diminuiu a produtividade setorial como o número de empregos na indústria no Brasil (Evandro & Menezes, 2015). Mas, agora, um novo movimento se instaura: a venda direta dos marketplaces chineses para consumidores brasileiros.

Nos últimos anos, temos visto um aumento significativo na popularidade dos marketplaces chineses. Com preços baixos e uma alta gama de produtos disponíveis, essas plataformas estão rapidamente se tornando uma opção para os consumidores locais.

No entanto, essa popularidade traz consigo alguns perigos. O varejo brasileiro tem enfrentado uma crescente concorrência de empresas chinesas como a Shopee, o Aliexpress a Shein, que estão operando no país sem ter que seguir as mesmas regras e regulamentações que os varejistas locais.

Uma das principais preocupações é a falta de impostos e tributos que os produtos sofrem ao entrar no Brasil. Isso significa que os preços oferecidos pelas plataformas chinesas são significativamente menores do que os oferecidos pelas empresas brasileiras, mesmo que estas ofereçam os mesmos produtos importados da China.

Com a concorrência desleal, o risco de aumentar o desemprego no país é significativo. Segundo a SBVC, Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo, em 2021 o varejo representava 25,8% dos empregos com carteira assinada.

Porém, é evidente que a oferta destes produtos a um preço baixo possibilita o acesso pelas populações mais carentes a produtos que antes não poderiam consumir. Mas este benefício a médio prazo pode causar perda de empregos das poluções mais carentes ocasionando a impossibilidade de consumir algo no futuro. Além disto o governo também arrecadará menos imposto que por consequência também afeta a população. Este é o payoff que temos que avaliar.

Concluindo, só temos três saídas, aumentar a competitividade do varejo brasileiro através da redução de impostos e incremento em investimentos nos setores análogos, que tem efeito de médio a longo prazo. Aumentar significantemente a qualidade dos produtos a ponto de tronar os chineses pouco atraentes, o que é difícil visto a desindustrialização do país e aumento das importações da própria China. Por último o mais óbvio e com efeito mais rápido, taxar as importações por pessoa física no país, deixando os produtos chineses no mesmo patamar de preços que os produtos importados por empresas brasileiras.