Yuri Shevchuk, lenda do rock russo, foi condenado nesta terça-feira (16) na Rússia a pagar uma multa por ter criticado durante um show a ofensiva contra a Ucrânia e o presidente Vladimir Putin.

Um tribunal de Ufa (centro da Rússia) declarou o cantor culpado de “ação pública destinada a desacreditar o uso das Forças Armadas russas” e impôs uma multa de 50.000 rublos (cerca de 815 dólares), informou o serviço de imprensa da instância judicial em comunicado.

“Estamos matando pessoas na Ucrânia, por quê? Nossos jovens estão morrendo na Ucrânia, por quê?”, disse em 18 de maio, ao seu público em Ufa, o cantor de 65 anos, que lamentou que “os jovens da Ucrânia e da Rússia” morram “por causa dos planos napoleônicos do nosso César”.

Embora tenha sido multado, o Código Penal prevê penas de até cinco anos de prisão para este tipo de crime em caso de reincidência e circunstâncias agravantes.

O cantor, ausente na audiência devido a uma quarentena relacionada ao coronavírus, afirmou em uma declaração escrita que sempre foi “contra a guerra, em qualquer país e em qualquer época”.

Líder do grupo de rock DDT, muito famoso na dissolvida URSS, Shevchuk denuncia há anos a influência de Putin, chegando a questioná-lo em 2010 em uma reunião exibida pela televisão.

Também foi um dos líderes de um amplo movimento de protesto na Rússia em 2011-2012, que foi reprimido pelo Kremlin.

Shevchuk começou sua carreira na década de 1980, ganhando popularidade graças às suas canções contra o sistema.