A presidente do México, Claudia Sheinbaum, considerou nesta quinta-feira (10) “exagerada” a decisão dos Estados Unidos de proibir novamente a importação de gado mexicano, após os testes de bicheira terem dado positivo.
O comércio de animais havia sido retomado na segunda-feira, quase dois meses depois que o governo americano suspendeu as importações de gado bovino, equino e bisontes devido a um surto no México dessa larva de mosca parasitária que se alimenta de carne viva de mamíferos.
No entanto, após detectar um novo caso da praga, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, liderado por Brooke Rollins, decidiu na quarta-feira suspender a reabertura gradual dos portos de entrada “para estender a quarentena”.
“Ontem, ao saber que havia um caso em (o estado de) Veracruz, do nosso ponto de vista, foi uma decisão totalmente exagerada”, disse Sheinbaum em sua coletiva de imprensa habitual.
A mandatária acrescentou que, uma vez identificado o caso, foi ativado um protocolo que inclui o tratamento dos animais, a revisão dos rebanhos e a disseminação de moscas estéreis para controlar o verme.
Mas Rollins afirmou na quarta-feira, em um comunicado, que são necessários mais esforços em regiões específicas.
Por sua vez, o diretor do Serviço Nacional de Sanidade, Inocuidade e Qualidade Agroalimentar do México, Francisco Calderón, estimou na quinta-feira que “em não mais de duas semanas o caso (de Veracruz) já estará inativo”.
Em 2024, o México exportou mais de um milhão de cabeças de gado para os Estados Unidos, segundo dados oficiais. O comércio foi brevemente suspenso naquele ano pelo mesmo motivo.
A nova suspensão ocorre em um momento de tensões entre os dois vizinhos devido à postura dura do governo de Trump em relação à política migratória e suas tarifas.
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