Shantal revela que irá investigar se é uma pessoa neurodivergente; entenda

Influenciadora contou que um possível diagnóstico pode explicar, para outras pessoas, algumas de suas atitudes; especialista comenta

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A influenciadora Shantal Verdelho, 35 anos, compartilhou, através das redes sociais, que fará exames para verificar a possibilidade de ser uma pessoa neurodivergente.

A revelação aconteceu nesta segunda, 5, quando ela falou com os seguidores sobre sempre ter sido questionada se tinha “autismo em algum grau”.

“Desde quando eu comecei a existir na internet, vários profissionais já me mandaram mensagem, várias pessoas já falaram: ‘Você nunca foi pesquisar se não é neurodivergente, se você não tem autismo em algum grau?’. E eu nunca nem me importei de ir atrás, porque minha vida está ótima, não vai mudar nada se eu tiver ou não e é isso. Mas, no decorrer dos anos, fui percebendo que, talvez, se eu tiver alguma questão neurodivergente, para algumas pessoas que convivem comigo, talvez, seja importante elas entenderem algumas coisas”, revelou.

Segundo *Fábio Coelho, psicólogo especialista em Transtorno do Espectro Autista e sócio-diretor da Academia do Autismo e da Clínica Mosaico, identificar o autismo em adultos não é uma tarefa fácil e, por isso, em caso de suspeita, é essencial buscar um especialista: “Nos adultos, os sinais podem ser mais sutis. Costuma haver dificuldade em entender e seguir normas sociais implícitas, manter interações sociais prolongadas, lidar com mudanças inesperadas ou rotinas quebradas”, diz.

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Shantal compartilhou que, ao longo de sua vida, já viveu situações que lhe chamaram atenção:

“Minha irmã uma vez virou pra mim e falou assim: ‘Você não me ama, você nunca me abraçou e as pessoas fazem isso para demonstrar amor’. Como assim? Eu amo muito a minha irmã, só que eu tenho agonia com o toque e muitas vezes eu faço por questões sociais, só que a minha sensação é meio de desespero”.

Para Fábio, um dos principais desafios para um autista não diagnosticado, ou apenas identificado na idade adulta, é o sentimento de inadequação ao longo da vida, sem saber exatamente o motivo.

“Quando esse diagnóstico vem apenas na fase adulta, muitas vezes a pessoa já acumulou anos de sofrimento psíquico, exclusões e rótulos incorretos, como preguiçosa, antissocial ou desinteressada, que poderiam ter sido evitados com a identificação correta”, aponta. “Além disso, muitos adultos enfrentam julgamentos por comportamentos que são fruto de sua condição, como dificuldade em fazer contato visual e físico ou manter uma rotina inflexível. A falta de compreensão gera exclusão, tanto em contextos sociais quanto profissionais, e contribui para o isolamento”, conclui.

Referências Bibliográficas

*Fábio Coelho, CRP-RJ 47189, é psicólogo especialista em Transtorno do Espectro Autista pela Universidade de Araraquara, mestre e doutorando na área da Educação pela Unicarioca e especialista em neuropsicologia e análise do comportamento aplicada (ABA) para autismo e deficiência intelectual.