O cineasta Barry Levinson tem explorado personagens controversos da cultura americana em longas-metragens produzidos pelo canal HBO, sempre estrelados pelo ator Al Pacino. O médico e defensor da eutanásia Jack Kervokian virou protagonista de “Você não Conhece Jack” (2010). O produtor musical e assassino Phil Spector foi objeto de “O Mago das Mentiras” (2013). Agora, em “Paterno”, é a vez do técnico de futebol americano Joe Paterno. É preciso ter nervos de intérprete trágico para enfrentar figuras marcadas por erros e maldades. Al Pacino se sai genialmente mais uma vez, aogra na pele de JoePa, como Paterno era conhecido pela torcida. Ele foi um ídolo do futebol americano que caiu em desgraça por ter ocultado um escândalo sexual envolvendo o seu assistente, Jerry Sandursky. Rodado em tensão de documentário, com cortes rápidos e atuações naturalistas, o filme de 1 hora e 40 minutos registra o tormento psicológico de Paterno. No início, ele é incapaz de distinguir sinceridade e fingimento de Sandursky. Aos poucos, se dá conta de que errou ao confiar demais nele. Al Pacino converte Paterno em personagem de Shakespeare. HBO, estreia em 7/4, às 22h.

A morte de um derrotado

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Joe Paterno (1926-2012) foi jogador e treinador de futebol americano. Devotou sua vida a vitórias no esporte. Ao morrer, colheu amargura e fracasso, devido ao caso de abuso sexual no time da Universidade de Penn State. Paterno se tornou o maior campeão do esporte nos EUA, com 409 vitórias. Entre 1966 e 2011, participou 37 vezes do Superbowl. Em 2011, foi demitido do time da Penn State, como cúmplice de seu assistente, Jerry Sandursky, acusado de molestar 52 meninos ao longo de 15 anos.