ROMA, 17 AGO (ANSA) – A Coreia do Sul determinou uma quarentena para milhares de fiéis da igreja protestante Sarang Jeil, localizada em Seul, após um foco de 315 casos do novo coronavírus (Sars-CoV-2) ter sido identificado. O isolamento obrigatório, que começou nesta segunda-feira (17), inclui cerca de três mil pessoas.
Ao todo, foram identificadas 4.066 pessoas que participaram dos cultos, mas 550 não deixaram contatos com as lideranças da igreja e 495 não atenderam aos telefonemas dos agentes sanitários. Cerca de 1,2 mil fiéis já se submeteram aos testes e 315 testaram positivo.
Segundo a mídia local, a igreja é liderada pelo polêmico pastor Jun Kwang-hoon, conhecido nacionalmente por ter ignorado as regras sanitárias impostas pela pandemia e ter organizado diversas celebrações com milhares de pessoas nos últimos dias.
Ainda conforme os sites locais, ele é um dos casos positivos de Covid-19 confirmados e agora ainda responderá por crimes contra a saúde pública. Por sua vez, o pastor – através de seus advogados – informou que respeitou as regras e que processará o Estado por difamação.
Com o avanço da doença, as autoridades vetaram grandes celebrações nas 7.560 igrejas de Seul e reforçaram que os fiéis devem respeitar o distanciamento social dentro dos templos. A província de Gyeonggi, vizinha à da capital, também tomou medida semelhante.
A Coreia do Sul é considerada um dos países do mundo que melhor geriram a pandemia desde o início por conta de seu sistema extremamente eficaz de testes e monitoramento dos infectados.
Até por isso, o governo não impôs medidas de isolamento severas como ocorreu em grande parte das nações do mundo.
O rastreamento dos contaminados é tão eficiente que, por exemplo, se sabe que o primeiro surto de casos, com quase cinco mil pessoas infectadas, veio da paciente 31 – uma mulher que desrespeitou o isolamento e foi para um culto religioso da igreja Shincheonji.
Com os primeiros casos registrados ainda em janeiro, a Coreia do Sul contabiliza 15.515 infectados e 305 mortes pela Covid-19 em oito meses. (ANSA).