“Seu preconceito é problema seu”, diz Nanda Costa

Nanda Costa está dando o que falar com seu papel como Maura, uma policial homossexual em “Segundo Sol”, da Globo. Durante a entrevista para a WH Brasil de julho, a atriz contou como foi a aceitação de sua personagem. “Tenho recebido muitas mensagens sobre a representatividade. Muitas meninas se identificam com a história dela e agradecem porque não está nada estereotipado.”

Ao perguntarmos sobre preconceito e haters, Nanda ressaltou o retorno positivo de seus seguidores no Instagram: “Postei uma foto da Maura e da Selma [seu par romântico na novela]. Até agora tem 700 e poucos comentários e, desses, apenas quatro não apoiavam o casal. É uma proporção séria”, conta. E ela também não deixou de passar um recado importante: “Quanto mais a gente se permitir, pelo bem, pelo amor, é o caminho. Se eu estou feliz, não fazendo mal a ninguém, seu preconceito é problema seu”, completa ela.

Leia abaixo a entrevista com Nanda Costa:

Você interpreta a Maura, uma homossexual. Como tem sido a recepção?

Estou muito feliz. Tenho recebido muitas mensagens sobre a representatividade. Muitas meninas se identificam com a história dela e agradecem porque não está nada estereotipado. É sério. Muita gente critica sem saber como é estar nessa pele. Vivemos em um país preconceituoso. Recebi uma onda de amor imenso. Uma mãe me escreveu dizendo que, vendo o sofrimento da Maura, ela conseguiu perceber que a filha estava sofrendo, que ela já desconfiava. Elas estavam vendo a novela juntas e a menina entrou no assunto. Quando eu topo fazer um personagem, quero ser coerente. A minha vaidade está em fazer de verdade, entender aquela alma sem julgar. Nunca ir pelo preconceito. A gente tem que tentar entender as pessoas.

E quando você conhece alguém também é essa pessoa sem julgamentos?

Eu sou. Acredito de verdade no amor, na troca. Fico supertriste com injustiça, com haters, com pessoas que vão na página de alguém e começam a despejar ofensas. Você não sabe quem é a pessoa, por que ela está falando aquilo. Eu gosto de agregar.

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E os haters, depois da Maura, apareceram?

Ontem postei uma foto da Maura e da Selma. Até agora tem 700 e poucos comentários e, desses, apenas quatro não apoiavam o casal. É uma proporção séria. Não acredito no homossexual que passa só pelo sexo. É homoafetivo: você tem afeto por uma pessoa, tem amor. O sexo é consequência. Tem gente que é mais pelo sexo, e tudo bem também. Acho que a gente só pode ser a gente. Quanto mais, melhor. Quanto mais a gente se permitir, pelo bem, pelo amor, é o caminho. Se eu estou feliz, não fazendo mal a ninguém, seu preconceito é problema seu.

Você se considera feminista?

Acho que a arte é a minha melhor maneira de me colocar na sociedade. A Luzia, de Entre Irmãs [filme e série], é uma espécie de Maria Bonita. E isso traz uma força. Não gosto de falar muito. Gosto de fazer.

Como imagina sua velhice?

Não penso. Não sei se a gente não tem que viver mais o momento presente para ter uma melhor qualidade de vida. Acho que o futuro vai chegando e a gente vai se enxergando. Não sei como vai ser lá na frente. Mas vejo algumas atrizes aplicando botox, preenchendo rugas. Às vezes me pego pensando como seria se elas fossem naturais. A gente não sabe na hora como vai ser lidar com a chegada da idade.

Do que você tem medo?

De perder a fé de que as coisas vão melhorar. Tenho muita fé, continuo acreditando, mas as pessoas em volta estão muito negativas. E olha essa violência! Sinto muito medo. É triste de ver tanta desigualdade no nosso país. Tenho medo de que essa desigualdade não seja equalizada.

Você faz terapia?

Há tempos. E acho que é importante a gente conversar disso porque todo mundo fala do nutricionista, de quem treina a gente, mas, se você não tiver uma cabeça boa, não vai conseguir nem treinar. Minha terapeuta tem me ajudado muito. É muito bom a gente refletir, pensar e até falar: “Ei, ei, ei, coloque o pé no chão! Baixa a bola!!”.

Não acabou por aqui, não! Se você quer conferir a entrevista com Nanda Costa na íntegra, garanta sua revista nas bancas mais próximas ou adquira a edição digital da WH Brasil de julho aqui!