O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou déficit primário de R$ 14,182 bilhões em março, após resultado deficitário de R$ 26,453 bilhões de fevereiro, informou o Banco Central (BC) nesta sexta-feira.

O dado de janeiro foi o pior desempenho das contas consolidadas do País para o mês desde 2020, quando o déficit somou R$ 23,655 bilhões, segundo a série histórica iniciada em dezembro de 2001. Em março de 2022, o superávit foi de R$ 4,312 bilhões. O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público, antes do pagamento dos juros da dívida pública.

O superávit primário consolidado de março ficou inclusive pior que o piso do intervalo das estimativas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que iam de déficit de R$ 11,900 bilhões a superávit de R$ 9,850 bilhões, com mediana negativa de R$ 1,050 bilhão.

No mês, o resultado fiscal foi composto por um déficit de R$ 9,712 bilhões do Governo Central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS). Já os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 4,625 bilhões em março. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 2,075 bilhões, os municípios tiveram resultado negativo de R$ 2,550 bilhões. As empresas estatais registraram dado superavitário de R$ 154 milhões.

Acumulado

As contas do setor público acumularam um superávit primário de R$ 58,377 bilhões no ano até março, o equivalente a 2,31% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o BC nesta sexta-feira. Somente no terceiro mês de 2023, houve déficit primário de R$ 14,182 bilhões.

O superávit fiscal no primeiro trimestre ocorreu na esteira do superávit de R$ 30,455 bilhões do Governo Central (1,20% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 28,993 bilhões (1,15% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 22,735 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 6,258 bilhões. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 1,072 bilhão no ano até março.

Resultado nominal

O setor público consolidado registrou um déficit nominal de R$ 79,499 bilhões em março. Em fevereiro, o resultado nominal havia sido deficitário em R$ 90,606 bilhões e, em março de 2022, o saldo foi negativo em R$ 26,472 bilhões. Em 12 meses até março, as contas consolidadas do País tiveram déficit nominal de R$ 618,890 bilhões – 6,11% do PIB.

O resultado nominal representa a diferença entre receitas e despesas do setor público, já após o pagamento dos juros da dívida pública. No terceiro mês de 2023, o governo central registrou déficit nominal de R$ 66,482 bilhões. Os governos regionais tiveram saldo negativo de R$ 12,715 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram déficit nominal de R$ 303 milhões.