Setor de construção está perto de bater recorde de empregos, diz CBIC

A construção civil atingiu a marca de 3,051 milhões de pessoas empregadas com carteira de trabalho em agosto, de acordo com dados do Ministério do Trabalho, e está perto de bater o recorde histórico, que foi registrado em outubro de 2013, quando eram 3,074 milhões. “O setor está perto de bater recorde de empregos”, destacou a economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, durante apresentação à imprensa.

Ela estimou que o recorde pode ser atingindo ainda este ano.

Entretanto, os últimos meses de cada ano costumam ser marcados por uma desaceleração das atividades da construção e perda de empregos. Desse modo, o setor deve ficar acima do recorde atual de maneira mais duradoura só em 2026. “Há sinalização de continuidade do crescimento do emprego para o ano que vem”, destacou.

Todos os três segmentos do setor aumentaram o número de trabalhadores na comparação entre agosto deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. O incremento foi observado na construção de edifícios (3,02%), nas obras de infraestrutura (1,75%) e nos serviços especializados (3,98%).

Nos últimos 12 meses encerrados em agosto de 2025, o setor criou 89 mil novos empregos. Apesar de positivo, houve uma perda de fôlego no ritmo de contratações. O montante foi menor do que nos 12 meses anteriores a agosto de 2024, quando foram criadas 148,5 mil vagas. Essa desaceleração reflete o efeito do juro alto, que inibe o desenvolvimento de novos projetos e as contratações.

Tarifas dos EUA

A sinalização de entendimentos entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos, abrindo caminho para se discutir uma possível reversão das tarifas sobre as exportações locais, são boas notícias, na avaliação do presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia.

O tarifaço não afeta diretamente a construção civil, disse Correia, mas abala a economia brasileira como um todo. “Com a possível reversão do tarifaço, o ritmo da economia se fortalece e teremos mais demanda e mais impulso para o setor da construção”, afirmou, em apresentação à imprensa sobre os dados econômicos do setor.

Correia citou que o tarifaço dos EUA foi aplicado a diversos países, que passaram a buscar novos mercados para suas exportações. Isso aumentou as importações brasileiras de bens de capital. Em paralelo, a maior dificuldade de exportação afetou várias cadeias produtivas locais, enfraquecendo a economia.

“Se os esforços que estamos vendo forem revertido em corte dos tarifaços, tende a fortalecer a indústria e a construção”, previu o presidente da CBIC.