Dez pessoas, incluindo sete ex-funcionários da Hermès, foram condenadas nesta quinta-feira em Paris a penas de prisão de até dois anos e multas altas por fabricarem cópias da lendária bolsa Birkin da prestigiosa marca francesa.

O principal acusado, considerado um dos instigadores da fraude, foi condenado a três anos de prisão, um dos quais sob sursis, e a uma multa de 200.000 euros. Os outros réus foram condenados a prisão domiciliar e multas.

Os dez réus, a maioria sem antecedentes criminais, foram julgados por terem fabricado em suas casas réplicas do modelo Birkin, o mais vendido e lucrativo da marca francesa de luxo, em 2013 e 2014.

Durante o julgamento, eles admitiram os fatos. Alguns explicaram que concordaram em participar da fraude devido à precária situação financeira; outros disseram que queriam melhorar sua vida diária ou agradar seus filhos.

Para fazer essas cópias de “alta qualidade”, nas palavras do promotor, um dos membros da rede comprou peles de crocodilo de um fornecedor italiano na Lombardia.

As diferentes etapas altamente técnicas foram realizadas por funcionários ou ex-funcionários da Hermès em suas casas.

Essas “cópias realistas” foram vendidas a turistas asiáticos em Paris ou Hong Kong por pelo menos 20.000 euros (US$ 23.300).

O preço de uma bolsa verdadeira é de cerca de 45.000 euros (US$ 52.500).

“Dada a severidade da sentença”, o advogado do principal acusado disse que não tinha “outra opção a não ser apelar”.

“A luta contra a falsificação”, embora seja “legítima”, “não pode ser feita em detrimento dos direitos fundamentais”, afirmou Alexandre Lazarègue, considerando que a legislação nesta área apresenta um “risco de arbitrariedade”.