12/05/2021 - 18:07
SÃO PAULO, 12 MAI (ANSA) – O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, suspendeu a sessão desta quarta-feira (12) após o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) chamar o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), de “vagabundo”.
O filho do presidente Jair Bolsonaro não é integrante da comissão, mas pediu a palavra durante o depoimento do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten.
Ao comentar a ameaça feita por Calheiros de pedir a prisão de Wajngarten por supostamente mentir e dar declarações contraditórias ao prestar esclarecimentos, Flávio chamou o relator de “vagabundo”.
“Imagina a situação: um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como Renan Calheiros. Olha a desmoralização”, enfatizou.
Depois de ser xingado, o relator da CPI da Covid rebateu e afirmou que considera o xingamento um “elogio” tendo em vista que veio de um parlamentar como Flávio. “Vagabundo é você, que roubou dinheiro de pessoal no seu gabinete”, afirmou Calheiros.
“Você que é”, acrescentou.
Logo após, Flávio ressaltou que o senador quer “aparecer”, além de usar a comissão “palanque”. Por fim, ele usou um palavrão: “se f…”.
O presidente da CPI, por sua vez, tentou acalmar os ânimos, mas em seguida suspendeu o depoimento em decorrência da sessão do plenário do Senado. “Estou tentando equilibradamente tentar conduzir as coisas e as agressões entre senadores, isso não vai levar a lugar nenhum”.
A sessão desta quarta foi marcada por tensão e discussão, principalmente porque os senadores alegam que Wajngarten mentiu de maneira “descarada”, causando “desrespeito” e “desprestígio” à CPI.
Por esse motivo, Calheiros defendeu a prisão do ex-secretário.
No entanto, Aziz pediu cautela para a CPI não ficar parecida como um tribunal, que está condenando, e garantiu que não irá agir como um carcereiro.
“Se este depoente sair daqui ileso diante das mentiras, vamos abrir uma porta, escancarar uma porta que depois vamos ter muita dificuldade para fechar. É óbvio que isso vai enfraquecer a comissão”, rebateu Calheiros. (ANSA)