16/09/2024 - 20:53
O Serviço Secreto, responsável pela proteção de personalidades americanas, parece ter evitado a segunda tentativa de assassinato contra Donald Trump em dois meses, mas seguia enfrentando críticas.
Em 13 de julho, o ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca foi ferido na orelha durante um comício na Pensilvânia (nordeste), após ser atingido por tiros disparados por um homem.
Dez dias depois, a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, pediu demissão após ser forçada a admitir sua responsabilidade no “maior fracasso operacional” da agência “em décadas”.
Pelo menos cinco de seus agentes foram colocados em licença forçada.
Essas medidas disciplinares e a abertura de investigações internas e independentes não acalmaram o descontentamento das vozes mais críticas, principalmente porque o telhado de onde o homem disparou estava fora do perímetro restrito estabelecido pelo Serviço Secreto.
Donald Trump elogiou no domingo o trabalho da força em seu campo de golfe em Palm Beach (Flórida), mas seus aliados republicanos criticaram o fato de o dispositivo de segurança para ele não ter sido elevado ao mesmo nível do de um presidente em exercício.
“As autoridades acabaram de reconhecer que, se o presidente Trump fosse o presidente, fariam mais para protegê-lo. Isso tem que mudar”, afirmou o congressista Steve Scalise na rede social X.
“Houve DUAS tentativas de assassinato contra o senhor Trump. O Serviço Secreto deve elevar seu nível de proteção às suas MÁXIMAS capacidades – incluindo a ampliação do perímetro” de segurança ao seu redor, acrescentou.
Donald Trump “não é o presidente em exercício. Se fosse, teríamos cercado completamente o campo de golfe” onde estava jogando, explicou no domingo o xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw.
“Mas como ele não é, a segurança se limita aos locais escolhidos pelo Serviço Secreto”, que “fez exatamente o que tinha que fazer”, afirmou.
Após a tentativa de assassinato frustrada em 13 de julho, o Serviço Secreto adaptou seu sistema de vigilância, fazendo um uso maior de drones, explicou em agosto seu diretor interino, Ronald Rowe.
“Ontem foi uma movimentação confidencial, sequer se supunha que o presidente fosse ir para lá, não estava em sua agenda oficial, então montamos um plano de segurança, que funcionou perfeitamente”, disse Rowe hoje, ressaltando que Routh não atirou contra Trump nem contra os agentes de segurança.
O presidente Joe Biden pediu hoje “mais ajuda” e “pessoal” para o Serviço Secreto, que precisa dar conta de inúmeras tarefas, e pediu que o Congresso libere recursos adicionais.
O Serviço Secreto protege por toda a vida os presidentes e vice-presidentes, durante e após seus mandatos, e os principais candidatos a esses cargos, assim como os filhos dos ex-presidentes até os 16 anos. Somente o presidente e o vice-presidente são obrigados a aceitar essa proteção.
No caso dos ex-presidentes e seus cônjuges, o nível de proteção e, consequentemente, o número de agentes designados a eles, varia conforme a avaliação da ameaça, mas tende a diminuir com o tempo.
Seus agentes também garantem a segurança de chefes de Estado e de governo estrangeiros em visitas oficiais ou em grandes eventos nacionais ou internacionais nos Estados Unidos.
A força conta com cerca de 3.200 agentes especiais, conhecidos mundialmente por seus óculos escuros, fones de ouvido e ternos, 1.300 uniformizados e mais de 2.000 técnicos e administrativos.
Foi criado inicialmente para combater a falsificação de moeda, mas após o assassinato de William McKinley, em 1901, passou a ser o responsável pela proteção presidente, do vice-presidente e de suas famílias, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.
De acordo com sua missão principal, o Serviço Secreto protege o sistema financeiro e monetário dos EUA contra fraudes financeiras e eletrônicas, e falsificação de moeda e cartões bancários.
O Serviço Secreto fez parte do Departamento do Tesouro desde sua criação, em 1865, até que, em 2003, passou a depender do Departamento de Segurança Interna (DHS).
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