A tentativa de assassinato contra Donald Trump durante um comício no sábado (13) colocou o Serviço Secreto, encarregado de proteger as principais figuras políticas dos Estados Unidos, no centro de críticas pela conduta no episódio.

+O que se sabe e o que falta saber sobre o atentado contra Trump

O presidente do país, o democrata Joe Biden, anunciou no domingo (14) que ordenou uma investigação independente sobre as circunstâncias do ataque. Serão analisados os métodos, organização e recursos do Serviço Secreto.

Muitos se perguntam por que o edifício do qual o atirador disparou ficou fora do “perímetro” da força e era vigiado pela polícia local.

O Serviço Secreto é o único responsável pela proteção do alto escalão da política americana?

A diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, admitiu sua responsabilidade pelos fatos em uma entrevista exibida na segunda-feira (15) pela emissora ABC. Mas ela confirmou que o edifício onde o atirador estava localizado ficava no “perímetro externo” do comício, sob a responsabilidade da polícia local e não do Serviço Secreto.

“A polícia local estava presente nessa área”, disse ela, sem explicar como o atirador conseguiu subir no telhado sem ser impedido.

Durante uma campanha presidencial, o Serviço Secreto usa “os recursos, não apenas do governo federal, mas também das forças de segurança estaduais e locais”, disse o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas.

Quem é protegido pela força?

O Serviço Secreto protege vitaliciamente os presidentes e ex-presidentes, suas famílias e seus filhos até os 16 anos.

Seus agentes também garantem a segurança de chefes de Estado e de governo estrangeiros em visitas oficiais ou em grandes eventos nacionais ou internacionais nos EUA.

Qual é sua função?

O Serviço Secreto foi criado para combater a falsificação de moeda, mas após o assassinato do presidente William McKinley, em 1901, recebeu a missão de proteger o presidente, o vice-presidente e suas famílias, independentemente do país onde eles estiverem.

A instituição ainda protege o sistema financeiro e monetário americano contra fraudes financeiras e eletrônicas e falsificação de moeda e cartões bancários.

Conta com cerca de 3.200 agentes especiais, conhecidos mundialmente pelo uso de óculos escuros, fones de ouvido e ternos, 1.300 uniformizados e mais de 2.000 técnicos e administrativos.

A quem presta contas?

O Serviço Secreto fez parte do Departamento do Tesouro desde sua criação em 1865 até que, em 2003, passou a depender do Departamento de Segurança Interna do país.

Várias comissões parlamentares solicitaram o comparecimento do Serviço Secreto nas próximas semanas para prestar esclarecimentos sobre a conduta adotada no atentado.

Quais lições serão extraídas da investigação?

O governo Biden insiste que a investigação será “independente” e começará nos próximos dias, mas expressou sua “confiança” no comando do Serviço Secreto.

A investigação “examinará as ações do Serviço Secreto antes, durante e após a tentativa de assassinato”, disse o secretário de Segurança Interna do país.

O objetivo é “estabelecer quais medidas corretivas são necessárias para garantir que a missão sem margem para erro de proteger os líderes nacionais seja realizada da maneira mais eficaz possível”, afirmou Mayorkas.

Ele mencionou a possibilidade de solicitar ao Congresso recursos adicionais para que o Serviço Secreto dependa menos da polícia local.