16/09/2024 - 19:12
O Serviço Secreto, responsável por proteger as autoridades dos Estados Unidos, parece ter evitado a segunda tentativa de assassinato contra Donald Trump em dois meses, mas segue sendo alvo de uma enxurrada de críticas.
Em 13 de julho, o ex-presidente e candidato republicano à Casa Branca foi ferido na orelha durante um comício na Pensilvânia (nordeste), após ser atingido por tiros disparados por um homem.
Dez dias depois, a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, pediu demissão após ser forçada a admitir sua responsabilidade no “maior fracasso operacional” da agência “em décadas”.
Pelo menos cinco de seus agentes foram colocados em licença forçada.
Essas medidas disciplinares e a abertura de investigações internas e independentes não acalmaram o descontentamento das vozes mais críticas, principalmente porque o telhado de onde o homem disparou estava fora do perímetro restrito estabelecido pelo Serviço Secreto.
Donald Trump elogiou no domingo o trabalho da força em seu campo de golfe em Palm Beach (Flórida), mas seus aliados republicanos criticaram o fato de o dispositivo de segurança para ele não ter sido elevado ao mesmo nível do de um presidente em exercício.
“As autoridades acabaram de reconhecer que, se o presidente Trump fosse o presidente, fariam mais para protegê-lo. Isso tem que mudar”, afirmou o congressista Steve Scalise na rede social X.
“Houve DUAS tentativas de assassinato contra o senhor Trump. O Serviço Secreto deve elevar seu nível de proteção às suas MÁXIMAS capacidades – incluindo a ampliação do perímetro” de segurança ao seu redor, acrescentou.
Donald Trump “não é o presidente em exercício. Se fosse, teríamos cercado completamente o campo de golfe” onde estava jogando, explicou no domingo o xerife do condado de Palm Beach, Ric Bradshaw.
“Mas como ele não é, a segurança se limita aos locais escolhidos pelo Serviço Secreto”, que “fez exatamente o que tinha que fazer”, afirmou.
Após a tentativa de assassinato frustrada em 13 de julho, o Serviço Secreto adaptou seu sistema de vigilância, fazendo maior uso de drones, explicou em agosto seu diretor interino, Ronald Rowe.
Na segunda-feira, o presidente democrata Joe Biden pediu “mais ajuda” e “pessoal” para o Serviço Secreto, que precisa dar conta de inúmeras tarefas, e pediu que o Congresso libere recursos adicionais.
O Serviço Secreto protege por toda a vida os presidentes e vice-presidentes, durante e após seus mandatos, e os principais candidatos a esses cargos, assim como os filhos dos ex-presidentes até os 16 anos.
Somente o presidente e o vice-presidente são obrigados a aceitar essa proteção.
No caso dos ex-presidentes e seus cônjuges, o nível de proteção e, consequentemente, o número de agentes designados a eles, varia conforme a avaliação da ameaça, mas tende a diminuir com o tempo.
Seus agentes também garantem a segurança de chefes de Estado e de governo estrangeiros em visitas oficiais ou em grandes eventos nacionais ou internacionais nos Estados Unidos.
A força conta com cerca de 3.200 agentes especiais, conhecidos mundialmente por seus óculos escuros, fones de ouvido e ternos, 1.300 uniformizados e mais de 2.000 técnicos e administrativos.
Foi criado inicialmente para combater a falsificação de moeda, mas após o assassinato de William McKinley, em 1901, passou a ser o responsável pela proteção presidente, do vice-presidente e de suas famílias, tanto nos Estados Unidos quanto no exterior.
De acordo com sua missão principal, o Serviço Secreto protege o sistema financeiro e monetário dos EUA contra fraudes financeiras e eletrônicas, e falsificação de moeda e cartões bancários.
O Serviço Secreto fez parte do Departamento do Tesouro desde sua criação, em 1865, até que, em 2003, passou a depender do Departamento de Segurança Interna (DHS).
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