Estreia nesta sexta-feira, 31, a produção original Prime Video, “Tremembé” – série que retrata os bastidores da penitenciária de mesmo nome, também conhecida como a “prisão dos famosos”. Inspirada nos livros “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido” e “Suzane: assassina e manipuladora”, do jornalista Ulisses Campbell, o título contará com 5 episódios.
A obra terá uma temporalidade intensa, acompanhando somente o período em que nomes como Suzane von Richthofen, Daniel Cravinhos, Anna Jatobá e Alexandre Nardoni e Elize Matsunaga ficaram detidos, e sem abordar a saída dos criminosos.
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Durante a divulgação do título, a caracterização dos atores com seus respectivos personagens chamou bastante atenção na internet pela semelhança impressionante. Em entrevista à IstoÉ Gente, os talentos de “Tremembé” aproveitaram para comentar o que acharam das comparações e refletiram sobre o fato de alguns dos criminosos retratados na série estarem em liberdade e poderem, inclusive, assistir à produção.
“Quando vi pela primeira vez a denúncia, que eu olhei a figura dele [Roger Abdelmassih] e falei: ‘Caramba, sou parecido com ele'”, conta Anselmo Vasconcellos, responsável por interpretar o ex-médico condenado a mais de 100 anos de prisão por estuprar 37 pacientes, após a repercussão do caso em 2021. “Quando eu sentei na mesa da caracterização e raspei a cabeça, decidiram que eu ia ficar de bigode o tempo todo, porque na prisão não pode ter bigode. Mas isso me trazia mais ainda a aproximação”, explica.

Anselmo Vasconcellos e Roger Abdelmassih – DivulgaçãoReprodução
“Essas histórias estavam não tão em destaque quanto no passado, e essas pessoas foram muito expostas à imprensa durante todo esse processo. Então, eu acho que algum efeito vai ter na vida deles”, destaca Bianca Comparato, que vive Anna Carolina Jatobá na série.
Ao assistir o título, alguns espectadores podem ser pegos de surpresa pelas relações dentro do presídio. Ao retratar a realidade dos acontecimentos, os diretores Vera Egito e Daniel Lieff também expõem os casais que se formaram durante o período de encarceramento, como o triângulo amoroso entre Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e Sandrão (condenada pelo sequestro e assassinato de um vizinho de 14 anos) e o romance de Cristian Cravinhos com um detento chamado Duda.
“A gente tem alguém, que eu não preciso citar o nome, que está na iminência de ser preso, e o grande medo dele é o que vai acontecer com ele dentro da prisão. Ele sabe. Essa questão da prisão, talvez seja o maior problema civilizatório que temos”, reflete Anselmo. “Lá é uma civilização, com regras próprias. E o pior é que prisioneiro sai e sente saudade. Lá, o Christian se descobre como um ser amoroso da homossexualidade, coisa que ele não cogitava antes.”
“Tremembé” e os crimes que chocaram o Brasil
Ulisses Campbell aproveitou para comentar sobre a decisão de “revisitar” dos casos anos após as condenações: “A gente está fazendo registros históricos. Porque a história de um país também é contada a partir dos crimes de repercussão.”
“O mote da nossa série é como esses criminosos famosos interagiram dentro da penitenciária: aí vem os jogos de poder, os conchavos… Tem uma coisa também que é muito interessante, é que a gente vai jogar luz sobre como eles vivem. Por exemplo, eles trabalham, eles têm um espaço para fazerem amor, eles recebem visitas.”
O autor também comentou que ninguém envolvido na produção ou atuação de “Tremembé” contatou os criminosos ou suas famílias. “Nenhum. A gente usa os livros como base. Mas, a gente teve contato com advogados, com o promotor que executa a pena desses presos, egressos da penitenciária e com policiais penais.”
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** Estagiária sob supervisão