A representação de personagens LGBTQIA+ nas telas sempre foi tema polêmico e importante. E quando e como esses personagens são representados são um reflexo de nossa sociedade. Mostrar a evolução desses papéis é que o propôe a série documental “Orgulho Além da Tela”, que estreou nesta segunda-feira (11) na plataforma Globoplay.

A série mostra como a impressão do público referente aos personagens muda de acordo com o passar do tempo, ainda mais em tempos de muitas reprises. Em “Império”, por exemplo, Téo Pereira (Paulo Betti) foi criticado. O mesmo aconteceu com Crô (Marcelo Serrado) em reexibição de “Fina estampa” no ano passado. “Sempre fui um amigo das causas e convivi com a comunidade LGBTQIA+. Qualquer personagem que traga alguma representatividade ajuda, principalmente numa novela de dez anos atrás. O público abraçou tanto na época. Fui homenageado em paradas gays e boates. No carnaval, 200 ritmistas saíram fantasiados de Crô na São Clemente. Não tenho palavras para descrever a emoção e o carinho que eu tive do público. Mas o mundo mudou, né?”, diz Serrado.

A série de três episódios traça uma linha do tempo com artistas e outros profissionais como autores que deram voz à diversidade nas telenovelas dos anos 70 até os dias atuais. Além disso, reúne os atores com telespectadores impactados na vida real pelas histórias vividas pelos personagens. Ao todo, 50 pessoas foram entrevistadas entre o elenco da Globo e anônimos.

A série resgata marcos da história do país que contribuíram para a aceitação ou rejeição das tramas pelo público. Com o tempo, os personagens passaram a ter histórias mais aprofundadas e deram os primeiros beijos nas telas. Em “Mulheres apaixonadas”, houve o primeiro entre duas mulheres; em “Amor à vida”, o primeiro entre dois homens. Já “América” frustrou ao não exibir a demonstração de afeto.

As últimas produções da emissora trataram de temas também ligados à identidade de gênero. Em “A força do querer” (2018), reprisada em 2020, Carol Duarte mostrou todo o drama da transexualidade com Ivana/Ivan e Silvero Pereira interpretou uma drag queen.

A série traz vários momentos icônicos do tema e suas repercussões. O primeiro gay em novelas da Globo foi Rodolfo Augusto interpretado por Ary Fontoura em “Assim na Terra como no Céu”, há 50 anos. Outro beijo muito aguardado foi de “Amor à vida” (2014) com Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso).

A série já está disponível na plataforma Globoplay.

Com informações de Extra.