Com mais de 16 horas de conversa em 8 encontros on-line relacionados à Economia Criativa, a 7ª edição do IN-MOD (Instituto Nacional de Moda e Design) marcou um capítulo importante no debate sobre a evolução econômica da indústria criativa no Brasil. Após uma perda de 871,3mil postos de trabalho, a Economia Criativa abriu, desde junho de 2020, 46.843 novos postos de trabalho no setor – alta de 0,7%, que estanca a queda acentuada pela pandemia do COVID-19.

Mediado pelas curadoras e idealizadoras Graça Cabral, Lala Deheinzelin e Lidia Goldenstein, o ciclo de encontros reuniu players importantes do mercado com o propósito de apontar caminhos e identificar recursos em função de um futuro hiperconectado, colaborativo e tecnológico e próspero aos negócios. Os empresários Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva; Alberto Serrentino, fundador da boutique Varese Retail; Álvaro Machado Dias, sócio do grupo WeMind; e a estilista de moda sustentável Flavia Aranha foram alguns dos destaques.

Fortemente afetado pela pandemia, o setor da economia criativa perdeu 458 mil postos de trabalho na comparação do último trimestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior. Como destravar, então, uma cultura de inovação nesse contexto impactado?

Segundo Álvaro Dias, a tokenização de ativos, relacionada ao blockchain, marca uma das principais tendências nesse momento: “As novas ferramentas digitais caminham lado a lado em busca da originalidade, com o propósito de destacar registros inciais de um elemento. No universo da moda e do design, tudo caminha para o que é anti fast fashion e pela rastreabilidade da cadeia produtiva em vista a um consumo ético”, diz o professor livre-docente de neurociências da Unifesp.

A Diretora Executiva do Sistema B Brasil, Francine Lemos, trouxe o impacto positivo da responsabilidade social transparente nos negócios: “Com a pandemia, o aumento da procura pela certificação ambiental aumentou em 50% pelas grandes empresas. Trata-se de uma questão de sobrevivência, pois as novas gerações priorizam cada vez mais a sustentabilidade.”

No encontro sobre as novas estruturas de mercado, Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, trouxe à tona a cultura do segredo que tem seus dias contados: “Quando você faz algo certo, você guarda, restringe e o mundo não funciona mais assim. Ao olhar para o seu negócio, primeiro fatie os problemas, olhe as dores dos clientes e olhe as dores dos negócios. Fatie os problemas em problemas menores. Reúna as pessoas, delegue e assuma riscos em experimentação”, orientou Serrentino, consultor com mais de 30 anos de experiência em varejo e consumo.

Assim como em edições anteriores, as conversas do #7 IN-MOD estão disponíveis on-line de forma gratuita no canal do YouTube (Instituto INMOD) e integram, a partir do dia 22 de abril, a coleção de Cadernos de Economia Criativa do Instituto, braço institucional do Calendário Oficial da Moda Brasileira.