O presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, celebrou uma importante vitória jurídica do clube no processo que o atacante Maicon Bolt moveu contra o Galo, após a rescisão do seu contrato, no início deste ano.

O alvinegro conseguiu a extinção do processo na Justiça do Trabalho no valor de R$ 22 milhões pedidos por Bolt. Além da ação ter sido extinta o jogador terá de ressarcir o Galo em R$ 3 milhões.

– É um caso emblemático, mais um que convertemos a favor do clube-disse Sérgio Sette Câmara.

– Com relação ao caso envolvendo o jogador Maicon Bolt, tivemos uma decisão hoje (terça) muito importante proferida pelo TRT-3. Temos que dar os nossos parabéns ao meu querido vice-presidente Lásaro Cândido, à frente de tudo. Aos advogados contratados pelo clube, ao Bruno Moraes. É mais uma demonstração da capacidade e competência do departamento jurídico. Tudo no Atlético é feito com carinho, atenção e competência – disse o presidente Sérgio Sette Câmara, à TV Galo, que complementou:

– Não acabou, tem recurso no TST em Brasília. Mas temos confiança de que essa decisão será mantida, e o jogador, como ficou fixado na decisão de hoje, será condenado a pagar os 15% sobre o valor que ele havia pleiteado – concluiu Sette Câmara.

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Entenda o caso

A vitória do Atlético foi em segunda instância, após o jogador conseguir liminar favorável. O Galo recorrer e em nova decisão dos juízes, por dois votos a um, o clube mineiro teve uma vitória definitiva. O juiz Mauro Cézar Silva, relator do caso, acolheu os argumentos atleticanos de sobre Bolt e o clube terem um acordo no contrato de que qualquer litígio deveria ir para a Câmara Nacional de Resoluções de Disputas, a CNRD, ligada à CBF e não na Justiça comum.

Sendo assim, o Galo não terá de pagar, por enquanto, os valores pedidos por Bolt, que estavam em R$ 22 milhões.

O advogado de Maicon Bolt, Filipe Rino, entrou com a ação contra o alvinegro na CNRD. A defesa também prepara um recurso no Tribunal Superior do Trabalho.

– A sentença determinou que o Atlético deve pagar R$ 14 milhões. A segunda instância não discutiu se ele deve pagar os R$ 14 milhões ou não. Apenas teve o entendimento de que ele tem que entrar com ação na CNRD. Então, o Clube Atlético Mineiro tem que pagar ao Maicon. Se vai pagar por uma decisão da CNRD ou da Justiça do Trabalho, isso não nos importa. Vamos apresentar o recurso de revista (no TST) na próxima semana e já entramos com ação na CNRD cobrando os R$ 21 milhões (valor total pleiteado). Seja na CNDR ou na Justiça do Trabalho, a ordem virá. O processo não encerrou hoje. Cabe recurso ao TST-disse o advogado de Bolt, ao GE.

O que o jogador cobra do Galo

Ao saber que foi dispensado pelo Atlético-MG, no início do ano, Bolt resolveu acionar o Galo na Justiça do Trabalho. O jogador solicitou a rescisão indireta com o clube e cobrou valores que teria direito do contrato que iria até o fim de 2021.

A pedida inicial, de R$ 12 milhões, subiu para R$ 22 milhões e foi sentenciada em cerca de R$ 14 milhões.

Bolt cobra do alvinegro salários atrasados, luvas na assinatura do contrato, direitos de imagem e trabalhistas, pois alega que o clube seria obrigado a cumprir o vínculo. O Galo, porém diz que o acordo entre jogador e clube se encerraria em 2020.


Maicon Bolt, revelado pelo Fluminense, foi contratado pelo Atlético em janeiro de 2019. Ele estava livre, com passagens pelo Lokomotiv-RUS e Antalyaspor-TUR. Em 28 jogos, marcou dois gols e deu cinco assistências, mas sem desempenhos regulares, ficou de fora dos planos dos treinadores que chegavam ao clube, incluíndo Jorge Sampaoli, em 2020. Ele recebia cerca de 100 mil euros(R$ 476 mil) e não correspondeu a expectativa criada sobre seu futebol.


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