O ministro da Justiça, Sergio Moro, é o mais bem avaliado auxiliar do presidente Jair Bolsonaro. Sua aceitação junto à opinião pública é melhor do que a do próprio presidente. As pesquisas mostram que se houvesse eleições para presidente hoje, Moro venceria a disputa no segundo turno contra qualquer que fosse o adversário, inclusive Bolsonaro. Mas Moro insiste em dizer que não é candidato e não será candidato, porque deseja continuar na carreira do Judiciário. Parece, realmente, que a mosca azul não o picou. Mesmo assim, o próprio Bolsonaro diz agora que gostaria de tê-lo como vice, formando uma chapa “imbatível” para 2022.

Certamente será uma chapa poderosa, sobretudo se a economia for bem até lá, se o PIB crescer mesmo 2,5% e o desemprego cair. Se a economia for bem, é provável até que Bolsonaro se reeleja, apesar de todas as asneiras que faz no governo, sua lingua suja, seus métodos rasteiros de governar, sua conduta asquerosa de extrema-direita e seus filhos problemas. Antes dele fazer Moro vice em 2022, Bolsonaro terá uma outra decisão importante a tomar em relação ao ministro da Justiça. Em novembro de 2020, o ministro Celso de Mello se aposentará no STF, e Bolsonaro havia prometido essa vaga a Moro.

Se ele não indicar o ex-juiz da Lava Jato para a vaga, que é o que Moro deseja há muito tempo, o presidente estará empurrando o ministro para um caminho que ele não gostaria de trilhar: o da política. Nesse caso, será que Moro se contentará com a vice? Afinal, hoje ele teria até mais chances de se tornar presidente em 2022 do que simplesmente ser um vice decorativo de Bolsonaro.

Como o mundo dá muitas voltas, precisamos aguardar os próximos passos de Bolsonaro, O primeiro round dessa batalha passa por 2020, com a sucessão no STF. Ou Moro fica na Justiça ou fica na política. Se for empurrado para a política, pode querer arriscar e tornar-se presidente. Bolsonaro decide o futuro de Moro neste novo ano.


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