O cotidiano de Brasília sempre indica perspectivas eleitorais para quem está na vitrine do poder. Previsões aqui e acolá aparecem nos gabinetes do Congresso e de partidos. Mas uma certeza já existe nos bastidores do PT e PL, que ainda polarizam em público – e, tudo indica, podem repetir isso em 2026, mas com personagens diferentes: o protagonismo feminino na disputa eleitoral entre Janja da Silva e Michelle Bolsonaro. O PL já decidiu que seu maior nome em 2026 será Michelle Bolsonaro, a ex-primeira dama que desfila ao lado do marido inelegível. Candidata a presidente da República ou a vice numa chapa viável. E investe nas aparições dela em atos públicos. Para surpresa dos caciques, ela está gostando do palanque. Ciente disso, o presidente Lula da Silva – que disputará a reeleição – tem dado todo o destaque nas suas agendas públicas, quando possível, à primeira-dama Janja. Na campanha, Janja estará na TV, em atos políticos próprios dela e nos palanques do marido como um contrapeso.

Janja da Silva e Michelle Bolsonaro devem protagonizar disputa eleitoral presidencial de 2026, cada uma em seu papel, e caciques planejam isso

Novela da plataforma de streaming

O Projeto de Lei 2.331/22 que regulamenta serviços como YouTube, Netflix, Now e TikTok, além de outras conhecidas plataformas de streaming, virou um novelão no Congresso. No afã de taxar os sites, os congressistas se esqueceram de consultar a Ancine: que tipo de plataforma e serviços são passíveis de pagar impostos. O caso teve uma reviravolta essa semana. O relator da proposta, senador Eduardo Gomes, enfim questionou a agência e deu um freio no projeto que já tinha sido votado – taxando todos os portais, claro. Nisso, famosos influencers, alertados pelas plataformas de que perderiam receitas, passaram a gritar contra a proposta.

Palácio redescoberto

Os crimes de depredação do Palácio do Planalto chamaram a atenção do povo para a visitação do lugar. Em 2022, foram registrados 2.327 visitantes no ano todo. De 2 a 7 de janeiro, e de 29 de agosto – quando foi reaberto para guiadas – até essa semana, 2.209 visitantes passaram pelo Planalto. Em três meses, praticamente o número do ano passado.

Manganês, milhões de dólares e ameaças

Veículos não tripulados removem rejeitos de mineração de minério de ferro para ajudar a fechar as barragens Vale SA B3 e B4 devido ao risco iminente de colapso na mina Mar Azul, em Nova Lima, Minas Gerais

A Agência Nacional de Mineração não confirma oficialmente, mas seus conselheiros sabem o que se passa nos subterrâneos do setor que fatura bilhões de dólares por ano nas terras brasileiras – e o que se passa nos gabinetes. Um ex-conselheiro pediu exoneração anos atrás por ameaças anônimas. E outro, agora, sofre ameaças de morte por telefone, relatou à Coluna pessoalmente. Isso tudo aconteceu logo após operação da ANM, Receita e Polícia Federal que apreendeu 100 mil toneladas de manganês no porto de Belém, que seriam exportadas para a Ásia. Uma multinacional indiana e 25 empresas parceiras estão na mira.

Míriam com os pés na porta de Rui

Adriano Machado

Uma silenciosa autofagia no PT palaciano pode mudar os inquilinos de gabinetes em 2024. A chefe do PAC 3, Míriam Belchior, deve ser a substituta de Rui Costa na chefia da Casa Civil do Planalto. Há uma grita, de meses, dos ministros e governadores contra o jeito Rui de ser – difícil de receber e demorado nas entregas, segundo relatos. Míriam ganha prestígio junto ao presidente Lula da Silva. A ideia de vender o PAC aos sauditas foi dela. Rui Costa votou contra. Mas ligada a José Dirceu, um tutor inteligente, ela desfila discreta pelo 3º andar a cada dia mais perto da porta de Rui.

Rio: 1 milhão de turistas gringos

Vivendo inferno astral de décadas, a cidade do Rio de Janeiro pode comemorar um número surpreendente a despeito do cenário caótico na segurança e saúde. Vai atingir a marca de 1 milhão de turistas estrangeiros este ano. Os números são do secretário estadual de Turismo, Gustavo Tutuca.

Um inchaço político

O Brasil tem 29 partidos políticos, e ainda conta com 21 em processo de apoiamento para a efetivação das legendas. Somos o 2º País com maior número de partidos no mundo – perdemos apenas para a Índia. Esse cenário seria mais inchado. O Tribunal Superior Eleitoral já indeferiu a criação de 83 partidos de 15 anos para cá. Melhor assim.

A eleição no agro

Suplente de Blairo Maggi, Cidinho Santos entrou na mira do Progressistas. Ele se filiou ao partido para fortalecer nas eleições de 2024 e de 2026 o grupo do governador Mauro Mendes, e não avança. Está em rota de colisão com o Carlos Fávaro (PSD), da Agricultura. O ministro quer o PP junto nas eleições. Santos e Maggi, não.

NOS BASTIDORES

E a viatura, doutor?

Já se vão seis meses e nenhuma notícia do gabinete do ministro Edson Fachin sobre o mandado de prisão do condenado Fernando Collor de Melo. A PGR já se decidiu pela cela.

Data venia, temporal

Os ministros do STF Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Nunes Marques iriam à festa do deputado Ricardo Barros. A segurança fez a visita precursora e tudo estava certo até cair um temporal em Brasília.

O silencioso Brito

Correndo por fora, sem holofotes, o deputado Antônio Brito (PSD-BA) ganha força suprapartidária para suceder Arthur Lira. Ele desfilou paparicado por mesas da base à oposição no aniversário do deputado Barros. Pode ser o nome do Governo.

Nova cara do BRB

Antes em páginas policiais com encrencas políticas em Brasília, o BRB, sob nova gestão, saiu de 700 mil clientes em 2018 e chegou a 3 milhões deles no Brasil. Vai abrir duas agências temáticas no Rio.