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Pela nula experiência de Donald Trump no mundo político, o que faz franzir testas mundo afora, a equipe de governo do próximo presidente dos Estados Unidos terá a dura tarefa de acalmar os ânimos dos incrédulos. Trump deverá se munir de um grupo de veteranos para dar rumo ao seu governo, ganhar credibilidade, na medida do possível, e não deixar que a pretensiosa missão de “salvar a América” vá por água abaixo. Políticos renomados, congressistas de vasta carreira e empresários bem-sucedidos estão na lista do bilionário recém-eleito, que será empossado em 20 de janeiro de 2017. A começar pelo seu vice, Mike Pence, que apesar de ser considerado até mais conservador do que Trump, é visto como sóbrio e sensato pelos norte-americanos. A trinca de ouro do futuro governo é formada por Rudolph Giuliani, ex-prefeito de Nova York; Chris Christie, governador de Nova Jersey; e Newt Gingrich, membro da câmara de 1979 a 1990 e um dos nomes mais importantes do partido Republicano. Os três estão na linha de frente do novo governo e já dão o norte sobre que rumo os EUA vão tomar nos próximos anos. São todos experientes, mas não menos polêmicos e conservadores que seu líder.

PERFIS SIMILARES

De todos eles, Giuliani é o nome mais familiar. Governou Nova York entre 1994 e 2001 e diminuiu estrondosamente as taxas de criminalidade ao colocar em prática um projeto de policiamento intensivo e espartano. Na mesma época, as taxas de emprego subiram e, as de moradores de rua, caíram. Tem fãs e detratores por todos os lados, o que mostra ter ganhado projeção mundial no âmbito das administrações públicas. Com 72 anos, deve ocupar a Secretaria de Justiça, a CIA, se tornar Chefe de Gabinete ou Procurador-Geral. Já Chris Christie, 54 anos, vai chefiar a equipe de transição de Trump. Foi concorrente do futuro presidente nas prévias do partido Republicano e tinha como uma de suas propostas criar um sistema para rastrear imigrantes ilegais nos Estados Unidos. Por último, o veterano Newt Gingrich, 73 anos, é cotado para se tornar secretário de Estado, cadeira ocupada por Hillary Clinton entre 2009 e 2013. Ferrenho crítico da política democrata, quando ainda era líder da Câmara chegou a encabeçar o pedido de impeachment de Bill Clinton.

Empresários amigos de Trump têm vantagem na corrida pela Casa Branca. Um deles é o diretor-geral da petroleira Continental Ressources, o magnata Harold Hamm, 70 anos, que pode se tornar secretário de Energia. Presidente do grupo siderúrgico Nucor, Dan DiMicco pode ocupar a Secretaria de Comércio, assim como Peter Navarro, professor da Universidade da Califórnia e especialista em estratégias de negócios e bolsa de valores. Há outros vários cargos a serem preenchidos e outros muitos possíveis nomes para ocupá-los. Chama a atenção a similaridade dos perfis sócio-econômicos e étnicos dos candidatos: todos são homens, brancos e muito ricos. O único que foge ao padrão é Ben Carson, que pode ocupar a pasta da Educação ou da Saúde. Foi pré-candidato pelo partido Republicano e chegou a ficar à frente de Trump nas primeiras pesquisas. Em seus discursos, repete ter sido um jovem agressivo e sem futuro, até entrar para a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Fala de Deus e se diz criacionista, é radicalmente contra uniões homoafetivas e a favor do porte de armas. A única diferença de Carson é ser negro, mas, com relação ao perfil ideológico, segue a mesma linha de todos os outros.