Na noite da última segunda-feira (14), a atriz Maitê Proença, de 62 anos, participou de uma live no Instagram com o jornalista Felipeh Campos e falou de alguns traumas do passado, saúde mental e um assédio que sofreu.

“Ser atriz me curou de uma aridez emocional. Eu teria sido uma pessoa trancada pra dentro dos meus sentimentos. Mas por ser obrigada a sentir, investigar essas emoções, isso me forçou. Se não fosse por isso, teria criado um muro em torno de mim. Foi uma sorte. Quando falo das minhas experiências, é como uma referência. Em maior, ou menor grau, todos temos aquilo guardado a sete chaves, que criamos mecanismos para nos defendermos, seja do abandono, do desprezo, ou algo que te apavora, e nem sempre encaramos isso”, disse ela.

A artista ainda comentou da importância de se entender e se dar essa abertura: “Há momentos sobre mim que só consegui sacar agora, outros foram há 20 anos. Eu vejo como percalços, que todos nós encontramos, que tropecei, mas não porque quis. É porque somos falhos e é errando que se aprende. Só que ninguém admite. E para consertarmos os erros é preciso olhar de frente. E eu pensei que se eu mostrasse onde errei, estaria falando com você (o público), para dar coragem de olhar para dentro também e isso nos unisse”.

Proença disse que já recorreu da psicanálise a meditações experimentais. “O fato é que somos muito mais complexos que queremos ser. Quando a gente acha que fez uma limpeza, descobrimos outra coisa. Não estamos de férias nessa vida. Sempre me pergunto qual é a minha missão”, refletiu.

No bate-papo, a veterana revelou que sofreu assédio: “O assédio aconteceu, inúmeras vezes. A gente aprende a lidar. Vai criando instrumentos, adquirindo coragem, até para dizer ‘não’. Mas nem todo mundo consegue. Por isso, é importante ter uma rede de apoio, alguém para denunciar. Não digo que foi fácil. Tive vezes em que fiquei tão acuada, e ofendida, porque era algo velado, que me paralisei”.

Assista a entrevista na íntegra:

https://www.instagram.com/p/CFIkGnTJ0Yn/