A cantora Preta Gil anunciou, por meio de suas redes sociais, a separação de Roberto Godoy. Eles estavam juntos há oito anos e o relacionamento passava por problemas desde o final do ano passado. A situação envolvendo a cantora coloca em pauta uma outra discussão: a privacidade na separação em um momento tão difícil como o tratamento oncológico.
O especialista em saúde integrativa Luís Henrique, comenta que uma relação de casal é composta por incontáveis questões de caráter privado, onde o público só conhece uma parcela de informações que é exposta, e um divórcio também possui suas intimidades.
“O curioso é que mesmo sem sabermos ao certo o que aconteceu, nos apossamos de um direito, mentiroso, de inferir juízos de valores, de qualquer natureza que seja, assumindo posturas arbitrárias e decidindo quem foi a vítima de quem. E algumas vezes essa dor é maior do que a própria separação, justamente por ferir em um lugar muito fragilizado de nossa identidade – nossas dores de impotência”, diz.
“Conhecemos inúmeras pessoas que prorrogaram uma separação em uma relação disfuncional por temerem a reprovação de amigos, familiares ou mesmo a religião. O desafio de tentarmos proteger a nossa integridade faz parte do cotidiano de todos, e obviamente, de uma forma exponencial de figuras públicas”, completa.
Ainda de acordo com Luís Henrique, mesmo na mais respeitosa separação sempre haverá desafios internos intensos. Perder a segurança do conhecido, independente do vínculo ser saudável ou não, e lançar-se para o novo e desconhecido é o primeiro obstáculo interno a ser transposto.
O profissional define que uma separação assemelha-se à um luto, onde a dor sentida pode assemelhar-se a perda de um dos pais, independente de quem tomou a iniciativa pelo término, quem foi bonzinho ou quem foi o vilão: “Para quem está vivendo o processo de uma separação, precisa do resgate de nossos vínculos de confiança, através de familiares, amigos e profissionais”.
“Muito mais importante do que remoer as dores, buscando culpados e inocentes, nossa rede de apoio precisa ter a função de nos lembrar do belo da vida, povoar o nosso coração de esperança, aumentando assim nossos recursos internos, para talvez, num futuro próximo termos mais clareza sobre o que aconteceu, de um lugar onde compreendemos profundamente que não estamos sozinhos e que há mais da vida do que a experiência dolorosa que foi vivida”, finaliza.