O Senegal libertou nesta quinta-feira (14) o líder opositor preso Ousmane Sonko e seu braço direito, o candidato presidencial Bassirou Diomaye Faye, a dez dias das eleições para escolher o novo chefe de Estado deste país da África Ocidental.

Milhares de pessoas saíram às ruas da capital, Dacar, cantando e dançando até altas horas da noite para celebrar a libertação dos dois homens.

O antissistema Ousmane Sonko, de 49 anos, que foi desqualificado para concorrer à presidência, permaneceu praticamente fora de vista.

Seu vice e substituto para se apresentar às eleições, Bassirou Diomaye Faye, falou brevemente à multidão por meio do teto solar de seu carro.

Sorrindo e erguendo os braços para o céu depois de quase um ano atrás das grades, Faye, de 43 anos, agradeceu aos seus simpatizantes pelo “apoio e solidariedade”.

A libertação dos dois homens ocorre após semanas de crise devido ao adiamento das eleições presidenciais de 25 de fevereiro decretado pelo presidente em exercício, Macky Sall.

A decisão, ratificada pelo Parlamento, desencadeou protestos que resultaram na morte de quatro pessoas, mas foi invalidada pelo Conselho Constitucional. Finalmente, as eleições foram marcadas para 24 de março.

A libertação dos opositores pode representar uma reviravolta na campanha, especialmente dada a habilidade retórica de Sonko e sua conexão com os eleitores mais jovens.

O líder opositor travou desde 2021 uma disputa com o poder e a Justiça que, por vezes, resultou em protestos violentos.

Ele esteve na prisão desde julho por vários crimes, incluindo incitação à insurreição.

Terceiro colocado nas eleições de 2019, Sonko foi desqualificado pela Justiça para concorrer às eleições deste ano e decidiu apoiar Faye, também preso desde abril de 2023.

A libertação ocorre depois que o presidente Sall, que não está concorrendo à reeleição, propôs uma lei de anistia pelos eventos relacionados às manifestações políticas desde 2021.

Os distúrbios desde então causaram dezenas de mortes e centenas de prisões em um país frequentemente considerado um bastião de estabilidade no oeste da África, cenário de vários golpes de Estado recentes.

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