Se a proteção de dados já era tema prioritário antes da pandemia, agora, com o mundo funcionando cada vez mais online, a questão da segurança cibernética tornou-se ainda mais urgente. Sinal disso, por exemplo, é aumento de ataques e exposição de dados de empresas e de internautas que tem acompanhado o crescente uso da internet nesses tempos de isolamento social. Nesse cenário, especialistas em recrutamento e seleção já indicam que o profissional de cibersegurança é uma das profissões em destaque nesse período e que seguirá em alta após a pandemia.

 

Por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) lança, nesta semana, dois novos cursos em Segurança Cibernética.Um deles, o curso SENAI de Segurança Cibernética Aplicada à Indústria 4.0, de R$ 71,20, estará gratuito pelos próximos 15 dias. Com 40 horas de duração, e 100% à distância, o curso é autoinstrucional e ensina aos profissionais da indústria os principais riscos e cuidados que precisam ser tomados para evitar vulnerabilidades e ataques cibernéticos. O objetivo desse curso é estimular a cultura da segurança cibernética em todos os setores das empresas.  “Muitas vezes, por total desconhecimento, o próprio funcionário acaba colocando a empresa em risco”, explica Rafael Lucchesi, diretor-geral do SENAI nacional. “Hoje em dia, todos os profissionais, seja de gestão ou chão de fábrica, precisam estar atentos a essas questões para compreenderem a importância da cyber segurança na linha de produção”, reforça.

 

As inscrições para o curso podem ser feitas no endereço: https://loja.mundosenai.com.br/

 

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“Acreditamos que a demanda por esse tipo de profissional vai crescer. Ataques a sistemas de dados podem causar a interrupção de processos e queda na produtividade. Sem contar com a exposição do nome da empresa, colocando em risco sua credibilidade”, explica Felipe Morgado, gerente de Educação Profissional do SENAI.

 

Segundo levantamento da empresa de segurança cibernética Kaspersky, entre fevereiro e abril deste ano, o número de ataques via acessos remotos aumentou em mais de 300% no Brasil. De acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), entre 2020 e 2024, deverão ser geradas mais de 350 mil novas vagas na área de Tecnologia da Informação (TI), sendo mais de 37 mil delas em Segurança da Informação.

 

Situações hiper-realistas

Outro curso que também entra no ar nesta semana é o Curso Prático de Simulação Hiperealista de Ataques Cibernéticos , que contará com um simulador de última geração , contratado pelo SENAI para utilização em suas ações educacionais. O simulador é um produto nacional, desenvolvido pela empresa RustCon e utilizado pelo Exército Brasileiro e por empresas privadas na capacitação dos recursos humanos para segurança cibernética. Ele conta com plataforma base para exercícios internacionais de CTF (Capture the Flag) envolvendo profissionais e militares de vários países.

 

O curso tem 40 horas, conta com tutoria e monitoria, e é voltado a pessoas que já tenham conhecimento em segurança cibernética. Inicialmente, o aluno conhecerá aspectos jurídicos, e depois entrará na prática de simulação em duas frentes, defesa e ataque, no simulador.

 

O simulador é considerado fundamental no ensino e treinamento do profissional de segurança cibernética por conseguir reproduzir o comportamento de uma rede de produção, composta por elementos comumente encontrados como a topologia de redes, roteadores, comutadores, firewalls, estações de trabalho e servidores.

 


Também oferece serviços de rede típicos, como e-mail, servidores web, servidores de arquivos, aplicativos desenvolvidos internamente, entre outros; com seus respectivos dados e tráfego de acesso. As ações ativadas pelos usuários do simulador influenciam diretamente no comportamento deste ambiente virtual, como se estivessem operando em uma rede de produção real.

 

O curso é totalmente à distância, custa R$ 7,7 mil e as inscrições podem ser feitas no site: https://loja.mundosenai.com.br/. O valor pode ser parcelado em até cinco vezes e existem pacotes para empresas.

 

Nesta quinta-feira, às 16h,  será realizada uma live com o gerente de Educação profissional do SENAI para detalhar os dois novos cursos da instituição. Acompanhe pelos perfis do SENAI no Facebook e Instagram.

 

Simulador do SENAI treina para ataques cibernéticos em 20 cenários distintos

 

Ao todo, o simulador conta com 20 cenários que são situações-problema baseadas em casos reais para os usuários executarem ações de defesa e de ataque em diferentes níveis de complexidade e de dificuldade. Para a proteção no espaço cibernético, ataque e defesa são, na prática, dois lados da mesma moeda. Isso ocorre porque o sucesso do invasor depende basicamente das vulnerabilidades encontradas na defesa dos sistemas atacados. Dessa forma, para projetar um sistema de defesa adequado, é necessário que os especialistas estejam atualizados sobre os mecanismos e meios dos ataques cibernéticos existentes.

 

Para os alunos que já possuem a formação na área de TI, o SENAI está preparando outros novos cursos de aperfeiçoamento totalmente a distância, contemplando o estudo teórico e as práticas realizadas em exercícios no simulador de ataque e defesa cibernéticos. Nesses casos, o acesso ao simulador poderá ser feito de onde o aluno estiver – em sua residência ou na empresa – bastando utilizar uma conexão de internet de ótima qualidade com uma rede privada virtual segura.

 


LGPD reforça importância do profissional de segurança cibernética

Essa preocupação tende a aumentar por causa das multas previstas para empresas que descumprirem as regras da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, conhecida como LGPD. A Lei foi publicada no ano passado e a maioria dos seus artigos entrará em vigor a partir de maio de 2021. As empresas estão se adaptando para atuar em conformidade com as novas regras, atualizando os processos internos relacionados às informações de clientes, fornecedores e parceiros e capacitando os seus colaboradores.

“Além de softwares e tecnologia de ponta, as empresas vão precisar de profissionais capacitados, que possam, não apenas reagir a um ataque cibernético, mas que consigam criar um ambiente seguro, protegido da ação de hackers”, afirma Felipe Morgado, gerente de Educação Profissional do SENAI nacional.


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