Os republicanos do Senado americano suspenderam, nesta sexta-feira, seus esforços para impor novamente duras sanções à empresa chinesa ZTE – uma estratégia condenada pelos democratas por validar a estratégia de negociação do presidente Donald Trump com Pequim.

A ZTE, considerada culpada por violar sanções vendendo bens americanos ao Irã e à Coreia do Norte, tinha sido alvo do Departamento de Comércio americano, que impediu empresas dos EUA de fazerem negócios com a fabricante de smartphones.

Mas o governo de Trump ordenou o fim das punições enquanto o presidente tentava evitar o enfraquecimento das negociações comerciais com a China, e os Estados Unidos formalmente suspenderam a proibição na semana passada.

Os senadores haviam redigido uma emenda que reimplementa as sanções rigorosas, incluindo a proibição de a ZTE comprar componentes nos Estados Unidos.

A legislação foi aprovada com maioria de 85-10 no mês passado, como parte de uma ampla lei de gastos com defesa, a Lei de Autorização de Defesa Nacional.

Mas a versão da Câmara da lei não bloqueou o acordo de Trump com a ZTE. Ela proibia agências governamentais e contratadas de fazerem negócios com a ZTE, mas permitia que a empresa continuasse trabalhando com empresas americanas privadas.

Os senadores que pressionaram pela linguagem mais dura criticaram os republicanos do Senado por concordarem em manter a versão mais suave.

“Tirando as duras sanções à ZTE do Senado do projeto de lei de defesa, o Presidente Trump – e os republicanos do Congresso que agiram a seu pedido – tornaram, mais uma vez, o presidente Xi e o governo chinês os grandes vencedores, e o trabalhador americano e nossa segurança nacional os grandes perdedores”, disse o líder da minoria do Senado, Chuck Schumer.

O senador republicano Marco Rubio, que pretendia tirar a ZTE do mercado, expressou decepção porque os legisladores decidiram incluir a ZTE como parte de um trade-off para fortalecer o Comitê de Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos.