Os senadores mexicanos chegaram a um pré-acordo nesta quinta-feira para aprovar a criação de uma nova força que assumirá tarefas de segurança no país atingido pelo narcotráfico, embora com mudanças na proposta original levantada pela oposição e pelos defensores dos direitos humanos.

A Guarda Nacional é um órgão com comando operacional, com dezenas de milhares de soldados e uma estrutura militar, que substituiria a polícia civil na luta contra os cartéis de drogas e o crime organizado.

A proposta, que sofreu cerca de 20 modificações, será enviada para a sessão plenária do Senado, onde será votada sem debate prévio.

“Isso vai nos ajudar muito, será decisivo para acalmar o país. (…) Com a criação da Guarda Nacional, dessa forma garantiremos paz e tranquilidade no país”, afirmou López Obrador em um ato com militares na terça-feira.

A proposta foi aprovada em janeiro na Câmara dos Deputados, entre reivindicações da oposição e especialistas.

A discussão gira em torno de que dessa forma será dada um vínculo constitucional à militarização do país, o que efetivamente começou em 2006 e à qual são atribuídos parcialmente o ressurgimento da violência no país e violações contínuas dos direitos humanos.

Embora o partido de López Obrador, o Morena, tenha maioria no Congresso, dois terços dos votos dos senadores são necessários para aprovar a reforma constitucional que dará origem à Guarda Nacional, ou seja, uma maioria qualificada, o que obrigará o presidente a fechar acordos com os partidos da oposição.