SÃO PAULO, 19 JUL (ANSA) – Senadores da Colômbia e do Chile denunciaram o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, à Corte Penal Internacional de Haia, na Holanda, por uma série de crimes, incluindo “tortura” e “homicídios seletivos”.   

O documento de acusação tem 56 páginas e é assinado por 76 senadores colombianos e 70 chilenos. O objetivo dos parlamentares é aumentar a pressão internacional sobre o regime chavista na Venezuela.   

“Estamos acusando Nicolás Maduro de crimes que são competência dessa corte, como tortura, ‘apartheid’ por segregação e ataque desmesurado a um segmento da população, homicídios seletivos, detenções e deportações em massa”, declarou o senador colombiano Iván Duque, de direita, à agência “Efe”.   

Ele espera que a Corte de Haia coloque a Venezuela “sob observação”, como uma forma de “dissuadir esses ultrajes que estão sendo cometidos contra o povo”. “É preciso passar a ações que permitam ao menos alertar o mundo”, acrescentou.   

O país convive com protestos diários há mais de 100 dias e com uma onda de violência política que já deixou quase uma centena de vítimas. A situação se agravou após Maduro ter decidido convocar uma eleição para formar uma Assembleia Constituinte, plano contestado pela oposição, que realizou até um plebiscito informal para tentar mostrar que a população é contra a votação.   

Nos últimos dias, Estados Unidos, União Europeia e diversos países da América Latina, inclusive o Brasil, pediram para Caracas cancelar a Constituinte. Os adversários de Maduro acreditam que a ideia de reescrever a Carta Magna venezuelana é apenas uma maneira de ele fortalecer seu poder.   

Criada em 2002, a Corte Penal Internacional de Haia reúne mais de 120 nações e julga pessoas em casos de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. (ANSA)