Acusado de querer extrair um rim de um jovem para transplantá-lo para sua filha, o senador nigeriano Ike Ekweremadu será julgado a partir desta terça-feira (31) em Londres.

Ex-vice-presidente do Senado, de 60 anos, Ekweremadu é acusado, junto com sua esposa Beatrice Nwanneka Ekweremadu, de 56, de levar um nigeriano de 21 anos ao Reino Unido para remover um rim e transplantá-lo para sua filha Sonia, de 25 anos.

O jovem teria recusado o transplante após passar por exames médicos em um hospital no noroeste de Londres e fugiu para avisar a polícia.

A família Ekweremadu foi presa no aeroporto de Heathrow, em Londres, em junho de 2022. Ike Ekweremadu está detido desde então. Sua esposa e filha foram libertadas sob fiança.

Outro homem, Obinna Obeta, um médico de 50 anos do sul de Londres, também foi acusado.

Os quatro suspeitos foram formalmente acusados de conspiração para organizar a viagem de um terceiro para fins de exploração.

Os fatos teriam ocorrido entre 1º de agosto de 2021 e 5 de maio de 2022. Em audiência pré-julgamento, Sonia Ekweremadu se declarou inocente.

O julgamento, que estava originalmente previsto para começar em maio, deve durar sete semanas.

Ike Ekweremadu, eleito senador por Abuja em 2003, tentou no ano passado concorrer como candidato do Partido Democrático Popular (PDP) para governador de Enugu, seu estado natal, mas desistiu depois de não conseguir o apoio do partido.

As acusações contra ele causaram alvoroço na imprensa nigeriana e nas redes sociais, com alguns expressando simpatia por sua família, enquanto outros ficaram indignados com o fato de um senador ter sido acusado de tentar infringir a lei britânica.