Senador do partido de Salvini pede renúncia de Mattarella

ROMA, 3 JUN (ANSA) – Um senador do partido ultranacionalista Liga, do vice-premiê e ministro de Infraestrutura, Matteo Salvini, pediu a renúncia do presidente da Itália, Sergio Mattarella, após ele ter enfatizado a importância dos laços estreitos entre seu país e a União Europeia.   

Em uma publicação nas redes sociais, o senador Claudio Borghi atacou Mattarella ao questionar um artigo sobre os comentários do chefe de Estado sobre a soberania da UE antes das eleições europeias.   

“É 2 de junho, é o Dia da República Italiana. Hoje a soberania da nossa nação está consagrada”, comentou Borghi.   

“Se o presidente realmente pensa que a soberania pertence à União Europeia e não à Itália, por uma questão de coerência, ele deveria renunciar, porque o seu papel não faria mais sentido”, acrescentou o parlamentar.   

Os comentários provocaram indignação entre os partidos da oposição e até mesmo do chanceler da Itália, Antonio Tajani, que faz parte da coalizão governante, mas expressou solidariedade a Mattarella.   

Já a líder do Partido Democrático (PD), Elly Schlein, descreveu como um “ataque sem precedentes” e apelou para a premiê italiana, Giorgia Meloni, para “falar e distanciar-se” dele.   

Em meio à polêmica, Salvini esclareceu nesta segunda-feira (3) que Mattarella tem o respeito de seu partido. “Não há nenhuma disputa com o presidente Mattarella”, declarou ele à Rai.   

Meloni, por sua vez, destacou que vê continuamente “uma tentativa” de arrastar Mattarella “para a arena política, para falar sobre supostas diferenças com o governo”.   

Segundo a premiê italiana, “é normal que todos os jornais tenham se aberto sobre o pedido de renúncia de Mattarella feito pelo senador Borghi e isso claramente se torna uma polêmica política quando estamos em campanha eleitoral”.   

“Fiquei muito feliz que Salvini tenha esclarecido por que era importante fazê-lo especialmente no dia 2 de junho, na minha opinião, um dia em que as controvérsias devem ser evitadas tanto quanto possível”, concluiu ela. (ANSA).