O líder do Partido Democrata no Senado dos Estados Unidos, Chuck Schumer, propôs nesta segunda-feira (19) uma lei que impediria Donald Trump de utilizar como avião presidencial uma aeronave de luxo oferecida pelo Catar, um polêmico presente defendido pelo inquilino da Casa Branca.
Concretamente, o projeto proibiria o Departamento de Defesa de utilizar o dinheiro dos contribuintes americanos para converter em avião presidencial qualquer aeronave que tenha pertencido anteriormente a um governo estrangeiro.
A família real do emirado quer oferecer ao Pentágono um Boeing 747, avaliado em cerca de 400 milhões de dólares (R$ 2,26 bilhões), para que Trump o utilize como Air Force One.
Essa proposta apresenta possíveis conflitos de interesses, sobretudo porque a Constituição americana proíbe aos funcionários aceitar presentes “de um rei, príncipe ou Estado estrangeiro”.
Trump, que visitou o Catar há alguns dias, causou alvoroço em seu país ao declarar que “nunca seria um daqueles que recusariam uma oferta como essa”.
“Donald Trump demonstrou reiteradamente que está disposto a vender o povo americano e a Presidência se, com isso, encher seus próprios bolsos”, escreveu Schumer em comunicado, no qual também aponta o possível problema de segurança que está em jogo.
“Não só seriam necessários bilhões de dólares dos contribuintes para tentar modernizar e garantir a segurança deste avião, mas nada garante que, mesmo com todas essas modificações, ele seja seguro”, disse.
O líder da maioria republicana no Senado, John Thune, leal a Trump, não tem nenhuma obrigação de submeter o projeto à votação na câmara alta.
Mas Schumer pretende introduzir sua proposta como emenda aos projetos de lei orçamentária deste ano.
Alguns republicanos também expressaram mal-estar pelo avião, que Trump prevê doar para sua fundação presidencial ao término de seu mandato.