O senador democrata Joe Manchin anunciou, nesta segunda-feira, oposição à indicação da advogada Sarah Bloom Raskin ao conselho do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Ranskin foi indicada ao cargo pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, mas a nomeação ainda requer aprovação do Senado.

Em comunicado, Manchin justificou a decisão com preocupações sobre o compromisso dela em relação ao setor de energia. No início da pandemia, Raskin publicou um artigo no jornal The New York Times em que defendia que o Fed deveria considerar a exclusão de empresas ligadas à produção de combustíveis fósseis dos programas de emergência da autoridade monetária.

Para Manchin, as declarações contrariam a necessidade de criar uma política energética que atenda questões críticas para todo o país. “O Federal Reserve Board não é uma instituição que deve politizar suas decisões críticas”, afirmou. “Neste momento histórico para os EUA e o mundo em geral, é imperativo que o Federal Reserve Board preserve sua independência e fique longe de qualquer indício de partidarismo”, acrescentou.

O senador argumentou que o Fed deve permanecer focado no combate à inflação e definir como prioritários os termos estabelecido em seu mandato. “Não apoiarei nenhum candidato futuro que não respeite essas prioridades críticas”, destacou.

A oposição de Manchin acende dúvidas sobre a viabilidade da indicação de Raskin, que precisa ser referendada por uma maioria simples. Como os democratas dispõem de apenas 50 senadores, com voto de minerva da vice-presidente, Kamala Harris, a nomeada precisará do apoio de republicanos para ser indicada.

Além de Raskin, Biden nomeou ao Fed Lisa Cook e Philip Jefferson. Também renomeou Jerome Powell a um segundo mandato como presidente da instituição e indicou Lael Brainard para a vice-presidência.