Quase três anos após a queda do avião que transportava o time da Chapecoense e jornalistas para a final da Copa Sul-Americana em Medellín, na Colômbia, o Senado recebeu na noite de terça-feira um pedido de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar e pressionar o pagamento das indenizações às vítimas da tragédia que matou 71 pessoas em novembro de 2016.

O requerimento de abertura contou com o apoio de 30 senadores, quase um terço da Casa com o objetivo de “investigar e identificar o motivo pelos quais os familiares ainda não terem recebido suas devidas indenizações”.

O requerimento de criação tem de ser lido no plenário pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP). Esse é o primeiro passo para a instalação da Comissão, que ainda depende das indicações de membros pelos líderes partidários. Após isso, os 11 membros titulares elegem um presidente e um relator. O prazo previsto é de 180 dias.

Nas razões do pedido de criação da CPI, os signatários afirmam ser necessário analisar os valores que as seguradoras ofereceram aos familiares e vítimas do acidente, por ser “valor este irrisório, demonstrando um grande descaso e desrespeito com aqueles que ainda sofrem pela morte de seus entes queridos, e estas empresas faturam milhões de reais dos cidadãos brasileiros e do erário público”.

O requerimento é assinado pelo senador catarinense Jorginho Mello, do Estado do time da Chapecoense, e pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), Nelsinho Trad (PSD/MS). A CRE vem fazendo uma série de reuniões sobre a queda do avião da equipe de Chapecó (SC) e chegou a convidar duas vezes as empresas à comparecerem na comissão.

Atualmente, apenas duas CPIs estão em funcionamento na Casa. A de Brumadinho, que averigua a tragédia ambiental desde março deste ano em Minas Gerais, e a CPI Mista das Fake News, instalada nesta quarta-feira.